4-1-4-1, funções e ofensividade: lições de 45 minutos inspiram Corinthians

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  • Marcello Zambrana/AGIF

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A derrota do Corinthians para a Ponte Preta foi a segunda consecutiva, terceira em quatro jogos, sexta em 12 rodadas do segundo turno e ainda colocou em xeque a liderança do Campeonato Brasileiro diante da aproximação do Palmeiras, seu maior rival. Pode soar contraditório, mas o clube entende que a partida do último domingo tem elementos que podem inspirar a equipe nas sete rodadas que decidirão a temporada.

De acordo com análise interna, o segundo tempo do jogo no estádio Moisés Lucarelli é visto como um modelo a seguir contra Palmeiras, Atlético-PR, Avaí, Fluminense, Flamengo, Atlético-MG e Sport. Isso se deve a alguns elementos, como a defesa menos exposta, o ataque mais corajoso, o improviso nas jogadas ofensivas e até um novo comportamento tático, com o 4-1-4-1 e não mais o 4-2-3-1. Em campo o time não conseguiu empatar o placar que Lucca havia aberto no primeiro tempo, mas nas ideias o desempenho foi valorizado.

Confira abaixo cinco acontecimentos dos 45 minutos finais contra a Ponte Preta que o Corinthians pretende repetir na reta final do Brasileirão.

1 – Alternativa tática e mais ofensividade
Em desvantagem no placar, o Corinthians abandonou o tradicional 4-2-3-1 no segundo tempo em Campinas e trocou Gabriel por Clayson. O esquema tático passou a ser o 4-1-4-1, com Maycon na função de volante e o restante dos jogadores à frente de sua linha procurando sempre o gol. Rodriguinho, que foi o responsável por fechar na defesa quando o time não estava com a posse de bola, passou a ter mais espaço para jogar, cuidando da saída de bola e criando chances. Ele cresceu e o Timão melhorou a produção ofensiva.

Os números traduzem: depois de finalizar cinco vezes no primeiro tempo, a nova postura rendeu 11 chutes na etapa complementar, sendo seis em direção ao gol de Aranha, que teve atuação brilhante. O time também driblou, cruzou, lançou e fez mais viradas de jogo no segundo tempo.

2 – Bloqueios, desarmes e mais segurança
Mesmo com a obrigação de empatar, o Corinthians não se abriu defensivamente em nome do resultado contra a Ponte Preta. Prova disso é que o adversário só finalizou duas vezes no segundo tempo, e nenhuma delas em direção ao gol de Cássio. O time de Fábio Carille conseguiu três desarmes, bloqueou linhas de passe e foi solidário, tanto que Rodriguinho recompôs como segundo volante, Maycon guardou posição e os laterais acertaram posicionamento. Tudo o que não havia ocorrido no primeiro tempo.

3 – Clayson
Duas assistências para finalização, duas faltas sofridas, dez passes certos e quatro cruzamentos são os números do camisa 25, que entrou no intervalo e terminou como um dos melhores homens do Corinthians em Campinas. O reserva mais eficiente do Timão em 2017 (quatro gols em quatro assistências em 23 jogos) pode se tornar titular na próxima rodada por conta da capacidade de improviso, bom aproveitamento nas disputas um contra um e comprometimento com a causa da equipe, que o fez falar até palavrão.

4 – No desespero, chute de fora e área ocupada
A última cartada de Carille no segundo tempo contra a Ponte Preta foi a entrada de Kazim, que ficou junto com o titular Jô na referência do ataque, ocupando a área e exigindo chuveirinhos para tentar aproveitar a bola aérea. Em crise técnica, o Corinthians vê as jogadas pelo alto como uma espécie de rota de fuga que pode ajudar a conseguir resultados em um campeonato tão nivelado. Assim, Kazim pode ajudar, como fez diante da Ponte, quando criou uma boa oportunidade para batida de Jadson de fora da área. Passou perto.

5 – Triangulações ofensivas ainda são possíveis
Por mais que a fase dos jogadores criativos do Corinthians não seja boa no segundo turno, a equipe chegou perto de empatar o jogo com a Ponte Preta com jogadas em que apostou nas triangulações, passes curtos e eficientes entre três jogadores para abrir espaço e avançar a equipe em bloco. Isso ocorreu duas vezes com Pedrinho, que voltou a jogar após dois meses e deu dinâmica à produção ofensiva do Corinthians. Toques curtos e tabelas, que minimizam a chance de erro, às vezes valem mais que lançamentos longos.

 

 

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