Alessandro se diz pronto para novo cargo e avalia reforços para o Timão

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O homem que levantou duas das taças mais importantes da história do Corinthians em 2012 (Mundial e Libertadores) tem, há quase 15 dias, o peso do futebol corintiano em suas mãos. Antes coordenador de futebol e dividindo funções com Edu Gaspar, que partiu para a CBF, Alessandro Nunes teve um desafio enorme em seus primeiros dias como gerente: achar o substituto para Tite.

Em entrevista ao GloboEsporte.com, o ex-lateral-direito falou da escolha de Cristóvão Borges para o cargo de técnico do Timão, em decisão tomada em conjunto com o diretor-adjunto Eduardo Ferreira, o presidente Roberto de Andrade e o ex-mandatário Andrés Sanchez. E também da difícil busca por reforços para qualificar a equipe neste segundo semestre.

Revelado pelo Flamengo quando jogador, Alessandro assumiu as funções de Edu no Corinthians dias depois de sentar com a diretoria rubro-negra para ouvir uma proposta de trabalho. Há quase nove anos no Corinthians (seis como jogador e dois anos e meio na diretoria), ele preferiu apostar na continuidade e acabou premiado com um cargo de maior peso dias depois. Uma “bronca” que ele diz estar apto para encarar.

– Não digo bronca (risos). Sinto-me pronto, confesso que me sinto assim. É uma experiência diferente porque você passa a pilotar e ficar à frente de todas as decisões que eu dividia com Edu (Gaspar). Mas me sinto pronto, conheço o clube, os departamentos, as pessoas. Estou feliz e com uma margem de crescimento absurda. O período que tive com ele, com Mano Menezes e com Tite me deram uma bagagem positiva para seguir meu trabalho com Roberto (de Andrade) e com o Edu Ferreira – destacou.

CONFIRA ABAIXO OS PRINCIPAIS TRECHOS DA ENTREVISTA

GloboEsporte.com: Como foram suas experiências como coordenador nestes dois anos e meio de clube após a aposentadoria? Aprendeu muito com Edu Gaspar?
Alessandro: No meu primeiro ano, fui mais na linha de observar, pegar a dinâmica do dia a dia, do trabalho, não só na integração com o futebol amador, mas para conhecer as funções, as atividades, carga horária. Além dos treinos, tem as reuniões, a preocupação com os departamentos físico, técnico, o laboratório, a estafe toda. O CT é amplo, tem gente trabalhando o dia todo e temos de dar suporte. Tem ainda os departamentos jurídico e de registro, que são bem relacionados ao futebol. É um mundo que eu não conhecia. Dividi muito com o Mano também, que me ajudou na passagem de atleta para coordenador. Fui participando de reuniões técnicas, me posicionando no que eu conhecia. E assim fui me soltando para, a partir de 2015, estar mais ativo com o Edu.

O campo por si só já qualifica para a função ou é preciso buscar conhecimento fora?
O campo dá uma bagagem bem grande, dá conhecimento para abordagens técnicas, para feelings de dia a dia, de jogador, em situações para ficar atento. Mas se faz necessário não se apegar só a isso, fazer cursos, conhecer novas ideias de trabalho, clubes, estruturas, CTs, metodologias de trabalho. Tem de participar de reuniões, congressos, isso agrega não só em network, mas também para trocar ideias.

Você conseguiu participar de congressos e buscar novas informações?
Fui a pouquíssimos, alguns no Parque São Jorge e na CBF. No primeiro ano fiquei nessa de aprendizado e no segundo eu e o Edu começamos a dividir as funções e as viagens. Confesso que gostaria de ter feito mais (cursos), o futebol te suga bastante.
Como foram essas duas semanas? Tudo aconteceu muito rápido no clube…
Sabíamos que qualquer situação ruim com a seleção brasileira seria direcionada ao Tite. Pelo profissional que é e por sua competência. Ficamos preocupados, mas não imaginávamos que tudo ocorreria na velocidade que ocorreu. Estávamos nos preparando para o jogo contra o Fluminense e veio aquele turbilhão. Foi rápido, mas futebol é assim. Foi importante o Roberto tomar a decisão que dali em diante seguiriam novas pessoas. Fomos ao jogo com auxiliares que dominam muito o elenco, tínhamos confiança que fariam um bom trabalho. E vida que segue. Fica o orgulho em saber que Tite, Edu e os auxiliares estão na Seleção. Perdemos pessoas com ligação forte ao clube, mas seguimos nossa busca constante por resultados.

Sondaram Roger Machado e Sylvinho antes do acerto com Cristóvão Borges?
O único contato foi com Sylvinho. Na quarta se definiu a saída do Tite, dali seguimos para Brasília e ficamos em contato com presidente por telefone, mas não sentamos para discutir nomes, o que seria o ideal. Roberto fez um contato com Sylvinho, que já conhecíamos por ter sido auxiliar aqui, mas ele tinha uma sequência na Europa para fazer. Sexta, na nossa primeira reunião, chegamos ao nome do Cristóvão. Roberto foi bater um papo com ele no sábado e domingo ele já estava no CT pela manhã.

Por que escolheram Cristóvão?
Pelo profissional que é, pelo trabalho que tinha feito, buscamos referências que foram as melhores possíveis, pelo passado como atleta, por ser respeitado no mundo do futebol. São características que você busca no profissional. E somos um clube com uma identidade, em que as coisas estão funcionando. Tinha de ser um profissional para chegar e acrescentar. Estamos felizes. Tudo o que tínhamos de expectativa está se comprovando em nosso dia a dia.

Havia uma preocupação para que não houvesse uma ruptura no estilo de Tite?
Com todo respeito ao trabalho do Tite, sou até suspeito para falar dele, mas a nossa preocupação maior era com o clube. Por tudo o que o clube evoluiu de 2008 para cá, por sua marca, característica própria, por seu torcedor, sua maneira de jogar. Pesamos muito. Não podemos trazer em nenhuma área um profissional eu queira ser radical com mudanças. Futebol é imediato e a mudança radical não traz um resultado tão imediato. Era preciso que fosse um profissional que com o tempo aplicasse suas ideias e o que acredita, mas que no início tivesse calma e paciência. O clube tem uma marca forte que não pode ser quebrada.

Vocês renovaram com Walter, Cássio e Uendel. Vem mais por aí?
Tem situações prestes a acontecer, bem avançadas inclusive, e outras que vamos monitorar.

A renovação do Bruno Henrique está travada?
É uma situação de direito federativo fácil de solucionar e o quanto antes vamos finalizar, está adiantado. São questões jurídicas. Acho que nas próximas semanas faremos isso com calma.

Cristóvão Borges já pediu a contratação de reforços. A busca é por um zagueiro e um atacante?
Estamos bastante atentos, existe um canal de comunicação forte entre o treinador e a diretoria para que a gente traga melhorias ao elenco, mas não quero deixar de enfatizar o quanto temos um elenco qualificado, a prova disso é nossa posição na tabela (quarto no Brasileirão) mesmo com as mudanças que tivemos. As melhorias são naturais, o mercado não favorece tanto, não nos dá tantas opções do que a gente acredita que precisa. Falar em nomes é difícil, pois jogamos para cima (os valores) e o que estava sendo fácil de tratar entra em um caminho difícil. Estamos de olho, monitorando situações para no momento certo trazer mais qualidade ao Cristóvão.

Vários clubes estão trazendo reforços do mercado sul-americano. Virão de lá?
É o que todo mundo mais tem buscado, recentemente os clubes têm se direcionado mais ao mercado sul-americano do que ao brasileiro, mas não acredito que seja só nele que vamos encontrar soluções. Acredito que no Brasil, com um pouco mais de calma e acompanhando os clubes, você terá atletas em momentos positivos. O cuidado de trazer um atleta tão rápido é o de errar. Sempre na necessidade você acaba se precipitando um pouco. Traçamos uma linha de calma. O torcedor às vezes gostaria de contar com esse ou aquele, mas a gente às vezes não consegue pela situação financeira ou porque ele já passou os sete jogos no Brasileirão, mas estamos monitorando para não perder oportunidades.

Cássio e Luciano tiveram problemas pessoais recentemente que podem ter tido reflexos no campo. Vocês conversaram com eles?
Conversamos bastante com Cássio no período difícil das semanas da perda da avó e na perda da titularidade. Estamos sempre dispostos a ajudá-los, mas quando um atleta relaciona um problema pessoal temos cuidado para não espremer demais. Se ele dividir conosco, ok. Senão, tomamos cuidado. Mas conversamos bastante com ele com Luciano também.
Nota da Redação: Após as falhas recentes, Cássio admitiu que a morte da avó, ocorrida há 40 dias, ainda tem lhe atrapalhado. Luciano teve o ex-empresário, que usava um nome falso, preso recentemente. Um dos golpes que o agente aplicou foi no próprio jogador.

E como viu a reclamação do Guilherme, que se queixou da reserva publicamente?
Não fico chateado com incômodo do atleta, fico feliz. É importante que se manifeste assim, com certeza isso vai ser um fator emocional para ele voltar a ser titular. Não pode ficar dando risada porque saiu da equipe. Ele tem que ser sincero, não pode gostar, mas tem de respeitar quem está entrando, o seu treinador, vir treinar e buscar a titularidade. Com Guilherme, todo mundo tinha receio de lesões, e ele mostrou que não. Se envolve na parte nutricional e física, busca cada vez mais. Foi uma situação pontual.

É impossível imaginar Alexandre Pato de volta ao elenco?
Não dá para dizer essa palavra, hoje temos um novo treinador, temos Pato com seis meses de contrato, precisamos quando ele retornar aos trabalhos entender o que pensa também, o que projeta para a carreira dele. No início do ano ele não projetava jogar, ele queria ir para a Europa, e assim fez no Chelsea. Há questões que precisamos sentar, conversar e alinhar para tomar decisões. Vamos esperar o término do contrato dele com o Chelsea, que até o último dia pode exercer (a compra), então não podemos nos antecipar.

O Chelsea já manifestou alguma coisa?
Não, até o momento não.

É possível usá-lo como uma moeda de troca para fazer render algo ao clube, seja dinheiro ou algum outro jogador? Amenizar o prejuízo?
Estamos falando de um atleta qualificado. Pato fez poucos jogos no Chelsea, mas terminou o Brasileirão muito bem pelo São Paulo no ano passado. Ele está em um nível muito qualificado, tem características para jogar em qualquer equipe brasileira, sabe finalizar como poucos, é jovem, tem muita lenha para queimar ainda, estamos falando de um excelente atleta, não podemos avaliá-lo mal. Dá para visualizar e esperar alguma coisa bastante importante.

O São Paulo fez alguma sondagem por ele?
Não teve nenhuma procura nem contato do São Paulo.

Se Cristóvão quiser contar com ele e o próprio Pato topar, a diretoria aceitaria o retorno?
Vamos conversar. Antecipar agora a ideia do treinador ou o pensamento do Pato não é possível. Estamos a dias de colocar um ponto final na questão. Vamos fazer com calma.

16 comments
  1. A maior contratação é não deixar o Cássio sair ele tem que tirar um tempo de descanso está abalado ainda com o luto da avó . Deixa ele treinando até melhorar fisicamente e mentalmente Cássio é Monstro como goleiro .

  2. Pato nunca quis jogar no Corinthians. Ele so veio pro timão pq foi o único q pagou o q ele queria ele so fez merda contra o grêmio pq ele queria voltar pra casa dos viadinhos bambys

  3. Boa tarde Nação Corinthiana Eu apoio do Alexandre Pato voltar pro Corinthians não é porque errou um Penalti que a gente vai jogar pedras nele né aquele que nunca errou que atire a primeira pedra certo e eu confio no futebol do Alexandre Pato acima de tudo ele é um grande jogador ele tem tem crítica tem as qualidades dele mais ao futebol gente folgada uma boa tarde pra todos aí

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