Análise: Corinthians pós-desmanche pode fazer de Romero um ‘novo’ Rodriguinho

Osmar Loss
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Há cinco dias, depois da derrota por 3 a 1 para o São Paulo, no Morumbi, a análise do jogo – escrita por este que vos fala – dizia que a saída de Rodriguinho seria um baque para uma equipe sem confiança.

A vitória por 2 a 0 sobre o Cruzeiro, nesta quarta-feira, em Itaquera, foi um bom início para recuperar tal confiança e mostrar que já há um candidato a ocupar essa lacuna: autor dos dois gols, Ángel Romero pode representar o meia dentro e fora de campo. Explica-se:

  • Sem Jonathas, lesionado no primeiro tempo, o Corinthians voltou ao 4-2-4 do título paulista e teve Romero exatamente no papel do meia, quase como um falso nove, invadindo a área quando necessário e se posicionando para rebotes – os dois gols foram assim;
  • Mais perto da área e sem a obrigação de ficar pela faixa direita do campo, incomodou os zagueiros até com imposição física, mesmo sendo mais baixo (1,77m);
  • confiança que Rodriguinho tem desde 2017 é a mesma que o paraguaio vem recuperando, com finalizações precisas e trabalho aos goleiros. Os gols só ajudam;
  • Ele é o maior artilheiro da Arena Corinthians, com 26 gols, e uma das poucas referências para o torcedor no time atual, ao lado de Cássio, Fagner, Jadson…

– Contente com a vitória, traz confiança. Precisamos de muita confiança, perdemos muitos jogadores nessa janela. Precisamos retomar nossa confiança – disse Romero, autor dos dois gols corintianos no jogo.

Reparou como a palavra “confiança” se repete? Ela, às vezes, chega a ser mágica.

A confiança de Romero começa a se refletir em Danilo Avelar, que vinha sendo correto, mas desta vez participou diretamente de um dos gols. Em Léo Santos, de 19 anos, tratado como grande promessa do clube e que salvou um gol quase certo de Arrascaeta. Em Jadson, por que não? Capitão contra o Cruzeiro e com boa chance de sequência entre os titulares…

O Corinthians volta a campo neste domingo, contra o Vasco, às 11h, em Brasília, sentindo-se renovado. O desmanche tem de ficar para trás, e Osmar Loss, se não perder mais nenhum jogador, ainda tem material interessante em mãos para trabalhar.

Romero
Foto: Ag. Corinthians

O jogo

Sem Rodriguinho, negociado, nem Pedro Henrique e Renê Júnior, lesionados, Osmar Loss foi forçado a fazer mudanças e, curiosamente, pode ter encontrado logo de cara seu time ideal – diante das atuais circunstâncias.

Cássio, Fagner, Léo Santos, Henrique e Danilo Avelar; Gabriel e Douglas; Pedrinho, Jadson, Romero e Clayson. Com Mateus Vital e Jonathas como principais opções. No atual elenco, é uma formação interessante, e que deu resultado em pouco mais de 45 minutos.

A saída de Jonathas fez, em muitos momentos, o Corinthians retomar o 4-2-4 do título paulista, com uma linha de quatro jogadores à frente. O time de Osmar Loss, em sua essência, é organizado e conseguiu colocar em prática a triangulação, as inversões de jogo, a paciência… Características que são do clube há anos.

Sem centroavante, o Timão bateu um rival difícil (o Cruzeiro está na briga com os líderes), conseguiu se reinventar dentro do jogo e, principalmente, esqueceu rapidamente a derrota no clássico contra o São Paulo. Com Pedrinho, de drible e velocidade, o Corinthians iniciou a jogada de seu primeiro gol, finalizado por Romero.

Depois, passou a jogar como mais gosta há anos: em vantagem no placar, esperando o adversário e armado para contra-ataques. E nessa situação, o 4-2-4, com jogadores leves pelos lados, é o que se mostra mais adequado.

O Corinthians sofreu de novo, é verdade, mas o bom Léo Santos e o cada vez mais adaptado Danilo Avelar evitaram gols do Cruzeiro. Cássio também se refez da falha no clássico e praticou boas defesas. A confiança, se recuperada, é fundamental para o crescimento dessa nova equipe.

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