Análise: Romero é o símbolo de um Corinthians em transformação

Angel Romero - Corinthians
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Romero remodelou-se quando o Corinthians precisou se remodelar. Em um momento tão difícil, com tantas perdas, com tantas dúvidas, ele bateu no peito, migrou para nova função e virou o dono do time. Os três gols na goleada de 4 a 1 sobre o Vasco, neste domingo, referendam a ideia de que Romero é o símbolo de um Corinthians em transformação.

São quatro jogos desde o retorno do Brasileirão, quando o Timão precisou lidar com nova realidade após a perda de quatro titulares (Balbuena, Sidcley, Maycon e Rodriguinho). O Corinthians marcou nove gols nestas partidas. E seis foram de Romero – justamente nas três vitórias alcançadas no período: 2 a 0 sobre o Botafogo (um gol), 2 a 0 no Cruzeiro (dois gols), 4 a 1 no Vasco (três gols).

Os jogos tiveram realidades diferentes para Romero:

  • Nos dois primeiros, vitória de 2 a 0 sobre o Botafogo e derrota de 3 a 1 para o São Paulo, o Corinthians jogou com centroavantes típicos (Roger no primeiro, Jonathas no segundo). Romero atuou aberto pelos lados, tentando agredir pelas pontas e auxiliando na marcação, como o torcedor se acostumou a vê-lo.
  • No terceiro, contra o Cruzeiro, Jonathas se machucou ainda no primeiro tempo. Pedrinho entrou em seu lugar, e o time deixou de ter um centroavante. Romero assumiu as obrigações de um camisa 9: fez dois gols, ambos depois da troca, e deu a vitória ao Timão.
  • No quarto, contra o Vasco, o time já começou o jogo sem centroavante. Romero, desde o começo, fez a função mais avançada, em um sistema que pendia mais para o 4-2-3-1 do que para o 4-2-4. E ele acabou com o jogo: três gols em Brasília.

Romero simboliza um time em transformação porque casa duas necessidades em momentos assim: dedicação e capacidade de adaptação. O Corinthians perdeu jogadores fundamentais. Sem eles, os que ficaram precisam se multiplicar.

Sem ele, é improvável que o Corinthians conseguisse nove pontos em 12 disputados desde a volta do Brasileirão. Algumas dificuldades são evidentes, a despeito dos bons resultados. O time ainda tenta se reordenar, e a consequência é que permite espaços, controle e finalizações aos adversários.

Os primeiros minutos contra o Vasco foram preocupantes. Com 20 minutos de jogo, os cariocas haviam finalizado seis vezes, contra nenhuma do Corinthians – que só foi arriscar a gol pela primeira vez com 39 minutos e, logo depois, mandou uma bola na trave com Danilo Avelar.

O mesmo havia acontecido nas partidas anteriores. Na 13ª rodada, o Botafogo teve 21 finalizações contra o gol de Cássio (terceiro time da rodada no quesito); na 14ª, o São Paulo arriscou 17 vezes no clássico (o segundo a mais tentar na rodada); na 15ª, o Cruzeiro finalizou 15 vezes (também o segundo mais ativo da rodada). Mesmo que boa parte dessas conclusões não tenha resultado em perigo, era um sinal de desencaixe corintiano.

Contra o Vasco, o time conseguiu se ordenar ao longo do jogo e abafar as investidas adversárias. Foram 12 finalizações contra – o menor índice em uma curva decrescente jogo a jogo – e dez a favor. Parece uma evolução.

Romero, depois do jogo, lembrou que o time perdeu muitos profissionais (não só dentro de campo), e que o momento é de ajudar. É precisamente o que ele mais vem fazendo. Graças a ele, a equipe vai ganhando confiança, e confiança é fundamental para o time reencontrar o melhor encaixe. Quando acontecer, não haverá tanto risco – e Romero nem precisará fazer tantos gols.

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