Caça a corintianos infiltrados causa brigas em dérbi de torcida única

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  • Marcello Fim/Framephoto/Estadão Conteúdo

    Cerca de 40 mil torcedores foram ao Allianz Parque para o clássico

    Cerca de 40 mil torcedores foram ao Allianz Parque para o clássico

Apesar de ter sido um clássico de torcida única por causa da imposição do Ministério Público, o jogo entre Palmeiras e Corinthians teve um alto índice de briga nas arquibancadas do Allianz Parque na noite da última quarta-feira (12).

Segundo a Polícia Militar e pessoas que trabalham no sistema de segurança do estádio relataram ao UOL Esporte, o clima em determinados setores era de verdadeira caça aos corintianos infiltrados na arena palmeirense. Qualquer um que não vestia a camisa verde e branca era alvo em potencial.

Horas antes de a bola rolar, diversas fotos e vídeos circularam nas redes sociais com corintianos portando ingressos para entrar no jogo em que só os palmeirenses poderiam estar. As provocações e incitações de ódio foram imediatas em contas de Twitter, Instagram e Facebook. E passou da barreira virtual para a física durante o jogo.

O balanço da equipe de segurança ainda não foi divulgado oficialmente, mas deve conter um recorde considerando o passado recente do local, chegando perto da casa dos 20 ocorrências só enquanto a bola rolava.

Desde que virou arena, o estádio conta com um moderno sistema de câmeras de monitoramento e uma integração para coibir ações de violência e de depredação. Não à toa, o modelo empregado no estádio serviu de argumento para o clube se defender na Conmebol da punição imposta a sua torcida.

Relatos dos que foram ao Allianz ainda apontam para briga entre palmeirenses que estavam nervosos pela derrota, com direito a torcedores rolando escadas por conta de empurrões. Até mesmo o grito “uh, vai morrer” foi ouvido durante uma confusão com um suposto corintiano. 

O tenente coronel Gonzaga, da Polícia Militar, relatou ao UOL Esporte que uma das ocorrências registradas teve um torcedor que recebeu um vídeo de corintianos comemorando no Whatsapp e foi cercado por palmeirenses após assistir o conteúdo. Na versão do torcedor passada para os policiais, ele era palmeirense e recebeu o vídeo de amigos.

“Ele não era corintiano, era um palmeirense. Ele recebeu um vídeo de corintianos comemorando no Whatsapp e abriu na hora. O pessoal achou que era corintiano e partiu para agressão”, explicou. “Não teve ferimento. Ele foi socorrido, mas machucou um pouco sim. Um grupo grande que agrediu ele. Foram dois detidos pela confusão”, completou.

Na noite da última quarta-feira, além de não garantir a segurança dentro do estádio, a lei da torcida única também não evitou mais uma morte por briga de torcedores. Um palmeirense morreu esfaqueado a 3 quilômetros do estádio. Nenhum dos envolvidos era de torcida organizada, segundo Gonzaga.

“Foi uma briga besta. O grupo palmeirense assistiu ao jogo do lado de fora, depois saiu e parou no farol. O pessoal começou a se xingar com corintianos e entraram em vias de fato e acabou com a morte de um torcedor. Nenhuma das pessoas tinha cadastro em organizadas”, finalizou.

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