Carille fica sem dormir e luta contra relaxamento, mas já diz: ‘É um sonho’

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O trabalho começou em 22 de dezembro de 2016, dias após o Corinthians ouvir recusas de treinadores mais badalados e ficar sem alternativas para o comando técnico. A saída foi apostar em Fábio Carille, auxiliar com oito anos de experiencia no próprio Timão e vontade de mostrar serviço após os fracassos de Cristóvão Borges e Oswaldo de Oliveira. Rotulada de quarta força do futebol paulista e sob desconfiança, a equipe hoje é finalista do Estadual e tem tudo para ser campeã neste domingo, contra a Ponte Preta. Depois de apenas quatro meses de trabalho do novo treinador.

O Corinthians abriu importante vantagem por 3 a 0 no jogo de ida, em Moisés Lucarelli, e pode até perder por dois gols de diferença na Arena de Itaquera que levanta a taça da mesma maneira. Apesar da vantagem garantir tranquilidade em termos de resultado, Carille quer que o desempenho acompanhe a mesma receita, e trabalhou durante a semana para seu time respeitar a Ponte Preta.

– Procurei manter a rotina de treinamentos. Claro que a cobrança com o grupo por concentração e respeito foi maior, porque há um relaxamento natural depois de uma vitória como a que conquistamos domingo. Mas a ideia é de fechar o campeonato com uma grande vitória e conquistar um título – diz o treinador, que relevou forte ansiedade pela decisão do Estadual.

– É um privilégio começar minha carreira nesse clube e com esse elenco. De entendimento, de saber porque os trabalhos são feitos, de correr um pelo outro. O que passa pela minha cabeça é ser verdadeiro como sempre. É um sonho. Tem hora que a gente para para pensar em tudo que aconteceu tão rápido e sob tanta desconfiança, mas mirando uma ideia, fechadinho do nosso jeito, e com as coisas acontecendo positivamente. É de emocionar, nunca imaginava começar em equipe desse tamanho. Acreditava que chegaria em equipe grande, mas subindo degraus. Não sei te dizer o sentimento, mas é de alegria e felicidade.

A ansiedade pela primeira conquista como técnico, aliás, está tirando o sono de Fábio Carille. Literalmente. Adepto a cochilos depois do almoço, o treinador corintiano não tem conseguido descansar por conta da iminência do jogo deste domingo, às 16h, na Arena Corinthians.

– Nos últimos dias não estou conseguindo dormir, fico mais deitado e só. Na verdade, não estou dormindo há uns 15 dias (risos).


CONFIRA OUTROS TRECHOS DA ENTREVISTA COLETIVA DE FÁBIO CARILLE:


IMPORTÂNCIA DO TÍTULO


“Quando se ganha, é campeão, não quer dizer que tudo está certo. Mesma coisa que quando perder está tudo errado. Levo o dia a dia. Sei da nossa vantagem, da possibilidade de ser campeão, é muito claro. Temos uma ótima vantagem, como tínhamos contra o São Paulo. Representa muito, mas tenho de estar com a cabeça boa. Pés no chão para saber que quarta tem outra competição. É o dia a dia, aprendendo bastante para que fique cada vez melhor”.


IMAGEM SEPARADA DE TITE?


“Eu não tenho vergonha nenhuma de falar, os treinamentos são abertos. A linha de trabalho é a mesma do Tite. Esse vinculo, aos poucos, podem parando de falar, mas vai ainda mais um tempo. Eu trato numa boa, é uma pessoa que respeito muito”.


EQUILÍBRIO DA EQUIPE


“Se falarmos dos últimos três jogos do Paulista, fizemos seis gols e sofremos um. Estou buscando o equilíbrio, mas a resposta está sendo bem legal. Quero melhorar isso ainda”.


O QUE ESPERA DA PONTE?


“Espero a Ponte do mesmo jeito. Se fizer algo diferente vai ser surpreendente. É uma equipe que joga em cima de erro, de contra-ataque. Pode ser um risco se mudar. Estamos preparados para qualquer situação”.


FAGNER LIBERADO PARA JOGAR


“Quando terminou o jogo da Ponte eu já deixei claro que era Paulo Roberto na do Gabriel e Léo Príncipe na do Fagner se não tivesse. Se ele não jogasse teríamos hoje e amanhã para o Léo trabalhar com o grupo. O time reserva treina igual ao time titular, porque se colocar reserva para treinar de acordo com o adversário deixa de treinar seu time”.





“É um camisa 9 de quem a gente espera exatamente o que ele fez. Mas coloco como destaque o conjunto, tanto que três gols foram com cruzamentos do Arana, ele também é um jogador que contribui defensivamente. Isso está fazendo o Corinthians forte, é a grande virtude”.


DEMISSÃO DO TÉCNICO DO PALMEIRAS


“Vou ser bem curto, não fugindo da pergunta. Demissão não é em cima de resultados, e nenhum de nós sabe realmente o que aconteceu. Os números não eram ruins, praticamente classificados na Libertadores, no Paulista é mata-mata, em que se sai atrás é difícil reverter”.


CHANCE DE TÍTULO EM CASA


“Vai ser marcante demais ter essa festa do torcedor, mas sabemos que temos de ir a campo para uma vitória. Mas falta ainda. E esse foi meu trabalho ao falar de respeito e concentração ao longo da semana”.


PRIMEIRA FORÇA?


“Não é. Nem sempre o melhor vence. Foi o trabalho fechado, acreditando nas ideias e convicções que chegamos forte. As coisas começaram acontecer desde a Flórida. Depois contra o Palmeiras acho que é o marco, tanto de vocês, da torcida e de nós”.

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