Chegou o dia! Com tabu invertido, Ponte Preta e Corinthians revivem 1977

Carille - Fé Alvinegra
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Basílio passeava sorridente pelos corredores do estádio do Corinthians, em Itaquera, após a vitória sobre o São Paulo nas semifinais do Campeonato Paulista. Quarenta anos após ele acabar com um jejum de quase 23 anos sem conquistas estaduais do clube do Parque São Jorge, uma nova decisão contra a Ponte Preta já não despertava tanto nervosismo entre os corintianos. Um tabu muito maior está do outro lado da final que começará às 16 horas (de Brasília) deste domingo, no Moisés Lucarelli.

Vice-campeã paulista em seis ocasiões durante os seus mais de 116 anos de existência (foi derrotada pelo Corinthians em duas finais, em 1977 e em 1979), a Ponte Preta alimenta o sonho de enfim levar o troféu de um torneio expressivo para a sua esvaziada galeria. A confiança aumentou pelo fato de o time dirigido por Gilson Kleina ter superado dois dos favoritos ao título deste ano, Santos e Palmeiras, nas fases anteriores.

Para se vingar do Corinthians, a Ponte quer evitar paralelos com o passado. O ídolo Dicá, por exemplo, avisou que não concederia entrevistas sobre a dolorosa derrota para a equipe de Basílio, há quatro décadas. “Minha chance de conquistar o título paulista da primeira divisão infelizmente passou. Agora, todo o foco deve estar nos atuais jogadores”, justificou.

O silêncio, contudo, também prevalece entre quem defende a Ponte Preta hoje. Ressabiado, o clube de Campinas restringiu o acesso da imprensa aos seus principais atletas, até porque muitos deles têm alguma ligação com o adversário da final. O atacante Lucca e o zagueiro Yago estão emprestados pelo Corinthians, que já ficou próximo de se reforçar com o centroavante William Pottker e ainda se interessa pelo também homem de frente Clayson – o que inspira comparações com Ruy Rey, destaque ponte-pretano de 1977 que acabou expulso no jogo decisivo e virou reforço corintiano no ano seguinte.

Pelo lado do Corinthians, a pressão já foi muito maior em outros momentos da temporada. No final de 2016, Fábio Carille não era nem considerado pelo presidente Roberto de Andrade como uma opção para preencher a vaga aberta pelo demitido Oswaldo de Oliveira. Ele se tornou o técnico do time por falta de alternativas e enfrentou protestos de torcedores logo nos primeiros dias de trabalho, época em que os seus comandados precisavam lidar com o rótulo de “quarta força do Estado”.

Ao menos a segunda força do Campeonato Paulista agora, com possibilidade de se tornar a primeira, o Corinthians se encontrou ao longo dos últimos quatro meses, adquirindo confiança também pelos resultados obtidos nos clássicos que disputou. Nem mesmo a recente eliminação na Copa do Brasil, diante do Internacional, em Itaquera, abalou o bom ambiente do time de Carille.

“Estamos sabendo sofrer em alguns momentos dos jogos. O importante é que, quando isso acontece, marcamos os gols. Sem a bola, somos muito aplicados”, valorizou o volante Maycon, prata da casa que passou pela Ponte por empréstimo em 2016. “Queríamos sempre jogar bem e ter a posse de bola, com chances criadas, mas não é possível às vezes”, minimizou, sobre o fato de o Corinthians não apresentar um futebol vistoso, mas voluntarioso – para Basílio, exatamente como em 1977.

Os corintianos terão um empecilho para fazer valer o seu estilo brigado em Campinas. Oito titulares estão pendurados com dois cartões amarelos – os laterais Fagner e Guilherme Arana, os volantes Gabriel e Maycon, os meias Jadson e Rodriguinho e os atacantes Romero e Jô –, além do reserva Léo Jabá. “Temos que deixar o cartão um pouco de lado. Se precisar fazer a falta, vamos fazer”, avisou Arana.

Pela Ponte, Kleina perdeu um jogador pelo terceiro cartão amarelo já para o primeiro jogo da final, o zagueiro Marllon, que cederá espaço para Fábio Ferreira ou Kadu, dois ex-corintianos. Em compensação, o lateral direito Nino Paraíba e o esquerdo Reynaldo estão liberados para jogar – o primeiro deixou o departamento médico e o segundo cumpriu suspensão – e deverão substituir Jefferson e Artur.

O principal reforço da Ponte, entretanto, deverá estar nas arquibancadas do Moisés Lucarelli – em 1977, as finais contra o Corinthians foram disputadas em campo neutro, o Morumbi. “A energia do nosso torcedor é muito especial, importante, como já ficou provado contra Santos e Palmeiras. Essa torcida merece muito. Vamos fazer o possível para que coisas boas aconteçam para a Ponte”, discursou Gilson Kleina.

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