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Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians
Carille observa Jadson em treino do Corinthians realizado no CT Joaquim Grava
Pressionado pela série de maus resultados no Campeonato Brasileiro, o Corinthians toma medidas pontuais para colocar fim à queda que vive. Com a menor vantagem para o vice-líder após quase um turno, o clube agiu para estancar a crise.
Nos últimos dias, o clube e o próprio técnico Fábio Carille têm adotado uma postura diferente em alguns assuntos do dia a dia e até mesmo em dia de jogos. A maioria deles vieram à tona depois da derrota para o Bahia, em Salvador, no último dia 15.
Veja, abaixo, o que o Corinthians fez para reagir:
1) Testes no time ideal
Carille promoveu, no último jogo, a primeira mudança no time do Corinthians realizada por opção técnica ou tática. Mesmo com Romero à disposição no banco de reservas, o treinador escalou Marquinhos Gabriel pelo lado esquerdo do ataque.
Romero entrou no intervalo no lugar do apagado Jadson. A entrada do paraguaio antes mesmo de começar o segundo tempo também foi uma postura diferente do registrado em outras partidas, quando as mudanças foram feitas após alguns minutos de bola rolando.
Vale lembrar que o time ideal de Carille em 2017 começou a surgir ainda no Campeonato Paulista. O título da competição fortaleceu a escolha do treinador, que manteve a ideia sobre a equipe durante 29 jogos do Brasileirão.
2) Escalação virou mistério
Outro ponto distinto observado nos últimos confrontos é o mistério adotado em relação ao time que entrará em campo. Antes da partida contra o Grêmio, no último dia 18, em Itaquera, Carille não confirmou os 11 titulares na véspera, como fazia habitualmente – em algumas entrevistas, o treinador chegou a escalar o time, do goleiro ao ponta esquerda.
O fato se repetiu na preparação para o confronto com o Botafogo no Rio. Dois dias antes, Carille disse que a equipe poderia ir a campo com mudanças, embora tenha escalado o mesmo time no último treino aberto à imprensa. A escalação corintiana, com novidade, só foi divulgada pela assessoria a minutos do jogo disputado no Engenhão.
3) Concentração antecipada
Diferentemente do que ocorria antes da série negativa, o Corinthians irá se concentrar dois dias antes do duelo com a Ponte Preta. Em vez de sábado, véspera do jogo, os atletas irão dormir no CT Joaquim Grava a partir de sexta-feira.
O presidente Roberto de Andrade negou que a medida na reta final tenha a ver com o comportamento de jogadores longe do CT. “O fato de antecipar a concentração é uma decisão do treinador e tem nosso apoio. A preocupação não é que eles saiam, e sim que durmam cedo e se alimentem bem”, disse o dirigente.
4) Sem contas na reta final
O treinador corintiano gosta de frisar que a estratégia corintiana é pensar jogo a jogo. Apesar disso, Carille sempre citou números ligados à pontuação do líder. No começo do segundo turno disse, por exemplo, que o objetivo do time era somar 78 pontos. Depois de vencer o Coritiba por 3 a 1 na Arena Corinthians, há quatro rodadas, Carille voltou a falar sobre projeções ao ressaltar número de vitória necessário até o fim do Brasileiro.
A postura mudou depois do empate sem gols com o Grêmio, uma semana depois. Naquela ocasião, o técnico disse que “não estava pensando mais em números”.
5) Reunião no Centro de Treinamento
A diretoria do clube também voltou a receber integrantes de uma torcida organizada. O fato havia ocorrido pela última vez em janeiro deste ano, na sede do clube, no Parque São Jorge. Dessa vez, teve o CT Joaquim Grava como palco.
O encontro, que aconteceu na última quarta-feira, contou com a presença do presidente Roberto de Andrade, do diretor Flávio Adauto e do gerente Alessandro Nunes. Quatro jogadores também estiveram presentes: Jô, Cássio, Balbuena e Gabriel.