Coronel brinca e ‘transfere’ soldado por aposta em Corinthians x Palmeiras

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Uma aposta por causa de futebol acabou gerando uma grande repercussão na Polícia Militar do Mato Grosso do Sul. O tenente-coronel Mario Angelo Ajala fez uma brincadeira com o soldado Roberto Paes da Silva e prometeu pedir a transferência dele para outra companhia caso o Corinthians saísse vencedor do clássico contra o Palmeiras, na última quarta-feira.

Os dois gravaram um vídeo em que Ajala, comandante do 1º Batalhão de Polícia Militar de Campo Grande, diz que se o Corinthians vencesse o jogo o soldado do 1º Batalhão do pelotão da força tática da 4 ª companhia seria transferido para a 3ª companhia de Amabai.

Em tom de brincadeira, Paes, torcedor palmeirense, diz que o time alviverde venceria o jogo por 3 a 0. Corintiano, Ajala responde à provocação com bom humor. “Segunda vez que me desafia, não aceito desafio na minha cara”.

Reprodução

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Depois do clássico, foi divulgado na internet um ofício em papel timbrado da PM e assinado pelo coronel solicitando a transferência do soldado com os dizeres: “informo que tal transferência se deve a uma aposta entre este CMT e o Soldado, onde se o time do Palmeiras perdesse para o Corinthians, o Praça seria transferido”.

Em contato com o UOL Esporte, o coronel disse que ficou surpreso com a repercussão do caso e que tudo foi uma grande brincadeira. Ele diz que os dois são grandes amigos há muitos anos e que ele faz questão de manter uma boa relação com seus comandados.

“Sou amigo pessoal dele, independente da farda, conheço ele desde garoto, desde quando era civil. A gente tem liberdade de brincar. Nesse dia gravamos o vídeo. Foi uma brincadeira espontânea, não esperava que ia repercutir tanto a ponto de rodar o Brasil inteiro. Algumas pessoas de outros estados (coronéis) que não têm essa proximidade com a tropa se sentem reis. Eu convivo todos os dias, a gente joga bola na quinta, come carninha na sexta-feira, até mesmo para que possamos rir um pouco. O que está faltando para os nossos policiais é rir um pouco”, disse.

Ajala ressaltou a importância de manter um bom ambiente na tropa diante do momento difícil pelo qual passa a Polícia Militar com a precarização da profissão. Apenas na região, eles tiveram casos de policiais que cometeram suicídio, ficaram endividados e até foram assassinados no posto de trabalho.

“Foi uma brincadeira, mais para descontrair entre nós da instituição, até pelo momento da nossa instituição. A gente vem sofrendo demais as consequências, tivemos policiais que suicidaram ou ficaram doentes, tivemos problemas de alcoolismo, com dívidas, um policial que atirou em outro policial. O que morreu era do meu Batalhão. Graças a Deus não estamos tendo policiais envolvidos com o tráfico e contrabando, mas esses últimos fatos deixam a gente um pouco triste, abalado. A brincadeira foi até uma motivação no meio da minha tropa”.

Ajala diz ainda que nem assistiu ao jogo porque estava incumbido de participar da missão para receber o deputado Jair Bolsonaro, que visitava Campo Grande naquele dia. Mas ele afirma que não foi o responsável por escrever o ofício, que houve uma falsificação da documentação. Segundo ele, esse não é o procedimento adotado em casos de transferências.

“Não fui eu quem fez o ofício. Não é a minha assinatura, não tem nada a ver. Esse texto jamais a gente adotaria, a transferência tem toda uma regra. O policial tem que pedir ou receber o convite e aceitar. A minha assinatura é outra, o padrão de documento é outro, não sei de onde tiraram o padrão de documento. Eu não posso fazer um ofício direto para o sub-comandante geral, tem todo um faz trâmite, procedimento. É inadmissível. Eu tenho 28 anos na instituição”, disse.

Em contato com o UOL Esporte, a assessoria da Polícia Militar do estado do Mato Grosso do Sul disse que vai averiguar o caso.

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