O protesto de aproximadamente cem torcedores na porta do Parque São Jorge não foi a única dor de cabeça do presidente corintiano Roberto Andrade nesta segunda-feira. Durante todo o dia, dezenas de diretores e conselheiros mandaram mensagens no celular e telefonaram para o presidente para pedir a demissão de Cristóvão Borges.
A pressão em cima do treinador explodiu depois da derrota por 3 a 0 para o Grêmio, no domingo. Nos últimos seis jogos, o Timão venceu apenas uma vez, diante do Internacional. Foram outros três empates, todos em casa, diante de São Paulo, Figueirense e Cruzeiro, e derrotas para Atlético-PR e Grêmio.
Aos diretores mais influentes, Roberto Andrade chegou a responder por WhatsApp. O presidente tentou minimizar o mau momento do time, que deixou o G4 no fim de semana, e assegurou que a possibilidade de Cristóvão ser demitido nesta semana não existe.
Porém, a situação do treinador pode ficar insustentável em caso de novo tropeço contra o Vitória, na próxima segunda-feira, na arena.
Vale lembrar que Cristóvão não foi contratado por indicação de Roberto. Foi o ex-presidente Andrés Sanchez quem bancou o técnico – Andrés já havia tentado levar Cristóvão para dirigir a seleção olímpica enquanto era o diretor de seleções da CBF. Após a saída de Tite, Roberto era mais favorável à ideia de contratar Oswaldo Oliveira.
Cristóvão fez sua estreia pelo Corinthians em 22 de junho, na derrota por 2 a 1 para o Atlético-MG, em Belo Horizonte. Adilson Batista, último treinador contratado para substituir um corintiano que foi para a seleção (Mano Menezes em 2010), durou apenas dois meses – ele dirigiu o Timão de agosto a outubro, fazendo 17 jogos, com sete vitórias, quatro empates e seis derrotas.