Edu Gaspar revela busca por dois reforços de nível

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Ele não chuta uma bola desde 2010, mas tem papel decisivo em todas as grandes decisões do Corinthians nos últimos quatro anos, período marcado pelos títulos do Mundial e da Libertadores. Ídolo da Fiel no fim da década de 1990, Edu Gaspar é o gerente de futebol alvinegro e atendeu ao Blog do Jorge Nicola para revelar os bastidores do clube. O executivo admitiu interesse em dois nomes de peso para fazer o Corinthians brigar pelo título do Brasileirão. Falou também sobre a saúde financeira alvinegra, explicou a saída de Guerrero, reconheceu que é a hora de vender Pato, encheu a bola da base…

BLOG_ Dá para dizer que o Corinthians não teria perdido Guerrero, Emerson, Fábio Santos e Petros se ainda estivesse vivo na Libertadores?
EDU GASPAR_ O Guerrero, eu não sei. Havia uma dificuldade grande em chegar a um acerto e o presidente Roberto de Andrade é muito pé no chão. Quanto ao Sheik, acho que teríamos feito uma proposta de renovação, mas não seria certeza de que ele ficaria, porque não teríamos condições de oferecer o mesmo salário. O Fábio, provavelmente, não sairia, mesmo. Já o Petros, não sei.

É verdade que a folha salarial do Corinthians caiu de R$ 11 milhões para R$ 9 milhões?
Baixamos um pouco mais. Não sei precisar exatamente quanto, mas é menos do que isso.

E ainda é preciso vender mais jogadores para equalizar as contas do clube?
Não. Hoje, com o que temos aqui, o clube tem condições de ficar saudável, viver tranquilamente. Só venderemos se vier uma proposta fora do normal.

Dá para cravar que o Elias não será negociado?
Eu acho que ele fica. E, se perguntarem a minha opinião, vou defender a manutenção, pela qualidade do atleta. O Elias sobe o patamar técnico do time.

E o Gil?
Não tem nada. Nenhum papel timbrado de clube algum.

Acha que é viável pensar em título do Brasileirão com os jogadores deste grupo?
Ainda precisamos de dois reforços de nível Corinthians para atender. Posso garantir que não há nenhum nome perto, mas vamos buscar.

O atacante Teo Gutiérrez é um desses nomes?
O Teo está distante. Vejo muita gente falando, comentando, mas não se trata de um jogador barato. Sem contar que há a negociação com o River Plate, a concorrência de outros clubes.

O Renê Junior está fechado?
Ainda dependemos do aval do clube chinês (Guangzhou Evergrande) para fechar. Eu o considero muito interessante. É um cara que viria para qualificar o grupo, não apenas para aumentar a quantidade.

Quem brigará com o Corinthians pelo título este ano?
Não consigo enxergar isso com apenas dez rodadas disputadas, até porque muitos clubes estão em momento de transição. O Atlético-MG é o mais consistente. Acho que só dará para apontar os favoritos após o fim do primeiro turno.

E os problemas com direitos de imagem atrasados? Quando imagina que estarão quitados?
Muita coisa de imagem já foi tirada da frente. Faltam pouquíssimos casos. Coisa de dois ou três atletas, apenas.

Só isso? Tem Renato Augusto, Elias, Danilo, Ralf…
O problema com o Ralf é de direito econômico. Da época em que compramos uma porcentagem que pertencia a ele e aos empresários e vai ser paga logo.

Por falar em Ralf, por que não deu certo a transferência dele para os Emirados Árabes?
Dependia muito do atleta, e o negócio já está descartado. Agora, se ele vai continuar, é difícil dizer. Aliás, falar do Ralf é complicado, porque se trata de um atleta por quem temos muito respeito. É nosso capitão, jogando ou não. Sem contar o custo-benefício, espetacular.

Quais os melhores custo-benefícios do elenco?
Tem vários casos e é fácil notar isso: basta pegar o número de minutos jogados e dividir pelo salário. Quanto mais joga, mais barato fica o salário. Às vezes, um cara que não joga e ganha R$ 50 mil por mês é mais caro do que o Ralf, por exemplo.

O Corinthians não tem conduzido mal as saídas de seus ídolos, como o Guerrero?
Pensamos em fazer algo para o Guerrero naquele jogo contra o Palmeiras, só que descobrimos, na quarta-feira daquela semana, que ele já havia fechado com o Flamengo. Como vamos fazer uma homenagem para alguém que fechou com um clube rival? Por aqueles dias, ele ainda viajou para o Peru.

Pagar R$ 42 milhões pelo Pato não foi um erro?
Eu só vou falar que foi um erro no dia em que ele for vendido. Aí, terei um diagnóstico melhor.

Mas o Corinthians não vai recuperar mais esse dinheiro…
Não sei. O que dá para dizer é que, quando o contratamos, sabíamos que teríamos um grande atleta com problemas físicos. Só que tínhamos segurança total de que ele se recuperaria. E foi isso mesmo. O Pato nunca teve tantos minutos em campo quanto agora.

Ele vai para a Lazio? Para a Alemanha?
Não dá para dizer, ainda. A única certeza é a de que chegou a hora de vendê-lo.

Se o Corinthians vender por menos de 10 milhões de euros, precisa do aval do São Paulo?
Sim. Precisaremos sentar para conversar com eles. Mas o importante, quando se fala em Pato, é que, hoje, é muito mais fácil vendê-lo do que dois anos atrás. Qualquer clube interessado que fizer uma análise fria verá que ele tem jogado, feito gols e atuado muitos minutos.

Por que o Corinthians usa tão pouco os atletas da base?
Temos usado. Desde 2011, quando eu cheguei, o ano em que menos subimos atletas teve seis garotos promovidos.

Mas quase nenhum joga. E o Corinthians acabou de ser campeão sub-20 do Brasileiro, da Copa do Brasil e da Copa São Paulo.
O nível técnico do elenco, nos últimos anos, foi alto. Para o menino vir e se destacar diante da concorrência, tem de ser fora de série.

As últimas saídas poderão abrir espaço para a molecada?
Quem sabe seja a hora. Mas é preciso ter cuidado com a transição, porque estamos vivendo um momento de oscilação. Não dá para correr o risco de queimar bons valores que temos.

Quem são os garotos mais promissores?
O Malcom é um produto da nossa base. Temos, também, Marciel, Arana, Gustavo Viera, Matheus Pereira…

Você surgiu na base do Corinthians, virou ídolo da Fiel, fez nome no exterior e é um dos poucos ex-jogadores que fazem sucesso como gerente de futebol. Por que há poucos ex-atletas bem sua função hoje?
Às vezes, há preconceito com o ex-jogador. Lá na Europa, tem ex-jogador nas diretorias de quase todos os grandes clubes. Já aqui escuto de vez em quando que é ruim um ex-jogador responder pelo Corinthians. Qual o problema? Não caí de paraquedas. Estou há quatro anos no clube, já.

Mas o ex-jogador também não tem alguma culpa?
Realmente, alguns não se preparam. Acham que basta ser ex-atleta. Mas tem de estudar, se aperfeiçoar, mostrar motivação para aprender… Eu fiz cursos, participo até hoje de congressos, me atualizo.

Você pensava em ser executivo enquanto jogava?
Não. Quando me aposentei, tinha decidido que cuidaria dos meus negócios. Faço a representação de uma empresa americana de pisos decorativos no Brasil. Cheguei a mexer com a bolsa de valores, já fiz muita incorporação. E abri um escritório para cuidar dos meus imóveis comerciais. Era de tudo isso que eu cuidaria. Até o dia em que meu telefone tocou com o convite do Andrés Sanchez para virar gerente.

Mas foi do nada?
Do nada. Tinha pegado 20 dias de férias, depois de me aposentar, e voltei ao meu escritório. Um belo dia, lá pelas 10h da manhã, o Andrés me liga fazendo a proposta. Aceitei na hora e já estava às 14h no CT.

Você trabalha quantas horas por dia no Corinthians?
Todas. Sem brincadeira. Eu imaginava que seria puxado, mas não tanto. O departamento de futebol é o coração do clube, então, preciso estar atento a tudo. Tomo decisões toda hora, sobre tudo: gramado, viagens, alimentação, reforços, renovação… Sem contar o telefone, que não para.

Tanto trabalho por um salário muito menor do que nos tempos de jogador, né?
Sempre ganhei mais do que atualmente. Mas não estou pelo dinheiro, até porque tenho uma condição financeira estável. Tanto é que, quando fui fazer o contrato com o Corinthians, não quis entrar no bicho dos jogadores. E isso vale até hoje. Qual seria meu moral para negociar o prêmio com o presidente se eu também ganhasse?

E a maratona compensa?
Se amanhã eu quiser fazer uma coisa mais tranquila, o salário não me fará falta. Mas eu adoro o que faço. Amo estar no meio do futebol, ajudar o Corinthians. Sem contar que me adaptei muito a essa função.
A família não reclama do fato de você continuar sem folga nos fins de semana?
Minha mulher ficava brava no começo, mas entende. Até porque eu só tenho 37 anos. Com certeza, ela não gostaria de ter um marido com essa idade que acordasse tarde, ficasse com a cabeça parada… Esse exemplo de trabalho por muitas e muitas horas, eu trouxe do meu pai, que era comerciante.

Reconhece que correu risco de demissão com o Mario Gobbi?
Isso aconteceu porque acharam que eu estava prejudicando o Mano Menezes, quando, na verdade, nós andávamos bem próximos. O Mano via que brigávamos juntos em todas as questões. Não vou negar que teve um período de instabilidade, mas o Mario mudou de ideia quando o Ronaldo Ximenes (então diretor de futebol) se afastou por problemas pessoais. O Mario passou a ficar mais perto do futebol e pôde ver o meu trabalho.

32 comments
  1. Manda o Mário gibi embora e traz o Eurico o Eurico ele tem uns contato bom ne um mês ele traz tevez,messi,Cristiano Ronaldo,Ronaldinho, pogba,neymar e poe o Guardiola como tecnico kkkkkkk

  2. fora edu gaspar .contratou o cristian para ganhar 400 sem jogar . com jovem bom na base como maciel,,etc .contratou um jogador por dvd ruim de bola. que só contartui edu dracena .por 380mil poe mes esse cara ta afundadndo o timao.. fora edu gaspar.. alexandre mattos dando um show de como se contrata nos porcos.

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