FAQs do Corinthians: as perguntas frequentes sobre a falta de reforços

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Camisa mais valiosa do Brasil, patrocínios, cotas milionárias de direitos de transmissão, bilheteria cheia a cada jogo em casa. Em tese, o Corinthians teria dinheiro mais do que suficiente para contratar jogadores de peso para o segundo semestre de 2016.

Por que, então, o Timão parece estar atrás de seus adversários na busca por reforços? A conta da grana que o clube tem para gastar no futebol não é tão simples assim…

“A situação hoje é bastante diferente daquela que encontramos no início de 2015. Já começamos a quitar nossos compromissos. Agora a situação é a de sempre, difícil para os clubes. É uma situação confortável, mas não podemos perder o rumo. Estamos fazendo de tudo para manter esse nível financeiro adequado”, diz o diretor financeiro Emerson Piovezan, principal responsável pelo equilíbrio das contas do clube.

“O torcedor precisa entender que a equação não é fácil. Não é apenas vender um atleta e aplicar na contratação de outro. Temos compromissos a honrar”, completa o dirigente.

Para o Campeonato Brasileiro, chegaram apenas Camacho e Bruno Paulo, ambos do Audax, ambos sem custos. Para tentar explicar a equação que faz o Corinthians ter cautela antes de fazer grandes contratações, o GloboEsporte.com listou as principais dúvidas dos torcedores e montou uma lista no formato “FAQs”. O termo é um acrônimo da expressão inglesa “Frequently Asked Questions”, que pode ser traduzida por “Perguntas Mais Frequentes”.

Vamos aos FAQs do Timão:

Qual o tamanho real da dívida do Corinthians hoje?
O clube fechou 2015 com um déficit de R$ 97 milhões – as dívidas acumuladas somam R$ 393 milhões . A maioria desse dinheiro é relacionado a tributos não pagos em administrações anteriores e renegociados pela atual diretoria. O diretor financeiro Emerson Piovezan diz não ter os números exatos do primeiro semestre de 2016 porque o clube está trocando todo seu sistema informatizado de controle do dinheiro.

A camisa é a mais valiosa do Brasil? Por que o clube não investe no futebol?
Ela não é a mais valiosa, mas quer ser. A projeção é de R$ 70 milhões anuais quando todas as propriedades forem vendidas. Hoje, porém, só R$ 44 milhões são garantidos pelos contratos com Caixa, Winner Play, Special Dog e Tim. O clube tem uma meta: só gastar o que recebe. Enquanto novos acordos não forem firmados, a camisa alvinegra não será a mais cara do país.

Os R$ 44 milhões não são suficientes para contratar um jogador top?
Em tese, são. Mas temos de lembrar alguns fatos. Primeiro: a dívida astronômica citada na primeira resposta. Segundo: as duas prioridades do clube com todo o dinheiro que entra no caixa. De acordo com a diretoria financeira, a folha de pagamento e os tributos. Só em salários e encargos, o futebol custou R$ 115,6 milhões em 2015 – quase R$ 10 milhões mensais. O panorama não mudou muito, e deve piorar com Alexandre Pato. São mais R$ 800 mil por mês: R$ 4,8 milhões no total.

Se é assim, como o Corinthians conseguiu contratar no início do ano?
O cenário era diferente. O clube acabava de ser campeão brasileiro e negociou seis titulares com o exterior – Gil, Ralf, Renato Augusto, Jadson, Malcom e Vagner Love. Jadson e Renato, os mais valorizados, renderam, juntos, R$ 30 milhões ao Corinthians. Gil, sozinho, rendeu outros R$ 32 milhões, já descontando tributos decorrentes da transferência internacional. Assim, o clube pôde gastar R$ 42,8 milhões em cinco contratações: Marquinhos Gabriel, Giovanni Augusto, André, Guilherme e Balbuena. Os quatro últimos foram contratados por meio de pagamentos parcelados. De qualquer maneira, o dinheiro das vendas já não está mais no Corinthians.

Calma! O Corinthians, então, ainda paga por contratações antigas?
Sim, e o procedimento é normal em qualquer clube. Hoje, é raro que uma negociação seja acertada à vista – normalmente, apenas chineses e árabes adotam a prática. No caso do Timão, além de Giovanni, André, Guilherme e Balbuena, ainda há duas parcelas a pagar referentes à chegada de Elias, em 2014. O Sporting, de Portugal, tem dois milhões de euros a receber, e de acordo com a cotação do dia. A desvalorização do real, portanto, aumentou a dívida corintiana com os portugueses.

E o dinheiro da TV? O Corinthians não é quem mais recebe pelas transmissões?
O dinheiro arrecadado com cotas de transmissão da TV normalmente é usado para renegociar dívidas antigas – a maioria tributárias. Mesmo em 2015, quando apresentou R$ 122 milhões no balanço, o dinheiro não foi utilizado para contratações. Normalmente, apenas uma pequena parte desse montante se converte em reforços para o elenco. Patrocínios e bilheteria seriam as maiores fontes de renda nesse sentido.

Cadê o dinheiro da venda do Felipe?
Sabe aqueles valores que normalmente anunciamos nas matérias sobre negociações? Nem toda a grana vai para os cofres do clube. Longe disso. No caso de Felipe, por exemplo: o Timão vendeu 75% dos direitos econômicos dele ao Porto, por cerca de R$ 24 milhões. Deste valor, cerca de 20%, em média, é retido pela Receita Federal, que sempre embolsa porcentagem de transações internacionais. Dessa maneira, o valor cai para R$ 19,2 milhões. A partir daí, é necessário pagar possíveis intermediários e até o próprio jogador. Além disso, o pagamento é parcelado. No caso do Porto, seriam quatro parcelas. Na prática, então, o clube só receberia, em um panorama otimista, menos de R$ 5 milhões no ato da transferência. Insuficiente até para quitar a folha de pagamento mensal do futebol. O lado bom? O clube ainda tem 25% dos direitos de Felipe e pode faturar numa negociação futura.

Há alguma outra prioridade que impeça contratações imediatas?
Antes de contratar alguém de fora, o clube quer se acertar com quem já está lá, renovando contratos e comprando partes de direitos econômicos. Isto deve ocorrer nos próximos dias com Bruno Henrique, que só tem contrato até o fim de 2016 e terá uma fatia adquirida junto ao Coimbra, clube que pertence ao Banco BMG. Uendel e Walter também renovaram. Mais protegido por contratos longos, o Corinthians pode fazer melhores negócios, arrecadar mais dinheiro e, quem sabe, poder investir um pouco mais na própria equipe.

Quando o Corinthians vai poder usufruir da bilheteria da arena?
Só quando quitar os R$ 400 milhões que deve ao BNDES por conta de um empréstimo realizado para a construção do estádio. Hoje, a duras penas, o clube consegue pagar parcelas de R$ 5,7 milhões mensais – a única fonte deste pagamento é a bilheteria. O valor líquido nem passa pelo clube e vai direto para a BRL Trust, fundo que faz a gestão da arena. Em 2015, a arrecadação bruta total chegou aos R$ 73 milhões. A renda líquida média é de 60% do total. O resto se gasta em pessoal, manutenção, serviços, policiamento e, principalmente, taxas cobradas por Federação Paulista de Futebol, CBF e Conmebol, nos jogos de Libertadores. Só a manutenção custa R$ 2,7 milhões mensais, em média.

Como a conta não fecha, o Corinthians pediu ao BNDES um período de carência de 17 meses para voltar a pagar a parcela mensal. A ideia do clube é fazer caixa e, a partir de agosto de 2018, quitar o montante sem sustos. A diretoria estima que pode levar mais sete, oito anos até pagar tudo. Isso num cenário otimista.

E os famosos naming rights? Não vão sair nunca?
O clube calcula que receberá R$ 400 milhões por 20 anos de contrato e diz ter negociações adiantadas há alguns meses, mas não há previsão de anúncio. A empresa que negocia para adquirir os naming rights também assumirá o controle do programa Fiel Torcedor, hoje com mais de 130 mil torcedores adimplentes. Cartões de crédito com uma série de benefícios serão oferecidos, o que poderá render frutos ao parceiro. O anúncio da parceria representaria enorme alívio ao Corinthians, que conseguiria quitar logo o estádio. E ficar com toda a bilheteria milionária dos jogos…

Em resumo: o torcedor do Corinthians não deve esperar grandes contratações no segundo semestre?
É bom não se animar muito. Com todos os fatores listados acima e a ideia de equilibrar o caixa, fica difícil trazer um nome muito caro. É por isso, por exemplo, que está difícil trazer um centroavante. Nomes do exterior como Marco Ruben, Gustavo Bou e Nico López estão praticamente descartados. A janela internacional fecha no próximo dia 19, o que poderia apressar a diretoria. O clube, porém, sinaliza que deve procurar soluções dentro de casa. Ainda mais com a volta de Alexandre Pato.

19 comments
    1. TV 122 + 44 patr. + vend d jog. 100 milhoes = 266 milhoes Gasto 40,2 milhoes e o socío torc=????
      Presidente boca mucha , conta outra.

  1. Como um clube q mais arecarda em bilheteria,em cota de televisão, em patrocínio não contrata jogadores bons para o clube e se não tivese tanta patrocínio como seria?

  2. Como um clube q mais arecarda em bilheteria,em cota de televisão, em patrocínio não contrata jogadores bons para o clube e se não tivese tanta patrocínio como seria?

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