Financeiro do Corinthians considera liderança sem Guerrero ‘uma vitória’

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Quando o Corinthians decidiu abrir mão da renovação com o atacante Paolo Guerrero por considerar absurda a pedida de R$ 18 milhões de luvas, o torcedor alvinegro temeu pelo restante da temporada. Com o ídolo a caminho do Flamengo e diante da saída de outros atletas, a diretoria assumiu a crise financeira e deu sequência ao corte de gastos iniciado em fevereiro.

Meses depois, com o time na liderança do Brasileirão e com grandes chances de título, a sensação é de alívio. Principalmente para Emerson Piovesan, diretor financeiro do Corinthians.

“É uma vitória. Há um profissionalismo muito grande no grupo. Mérito dos jogadores e da comissão técnica. Isso é importante registrar”, diz ele, que admite dever três meses de direito de imagem para cinco jogadores: Renato Augusto, Danilo, Ralf, Elias e Jadson.

Confira abaixo uma entrevista com o dirigente de 65 anos, que está no cargo há oito meses.

GloboEsporte.com – Após as mudanças, qual é a realidade financeira do Corinthians hoje?
Emerson Piovesan – Desde que pegamos o clube, tomamos uma série de medidas: revisões orçamentárias, revisões de contratos, cancelamos alguns, reduzimos outros, tudo isso nos últimos seis meses. Ainda temos alguns reflexos dessas ações, custos adicionais. Cancelamos contratos e temos multas a pagar. E como fizemos uma redução sensível de pessoas, mais de 100, isso tem um reflexo financeiro alto. Temos de pagar todos os direitos envolvidos em saída de funcionários. Hoje, temos uma condição bem mais controlável em relação a custos e despesas, conseguimos reduzi-los em mais de 20%. Isso traz um reflexo muito bom. Paralelamente a isso, conseguimos recursos pelo marketing. Tinha se encerrado o contrato de patrocínio da manga e conseguimos um do ombro e um do calção. E tivemos eventos específicos de marketing que nos trouxeram recursos. Com mais dinheiro e despesa menor, isso vai dando certo. Temos ainda um pequeno desequilíbrio entre receita e despesa, gastamos um pouco mais do que conseguimos arrecadar, mas temos uma expectativa muito boa de que em janeiro ou fevereiro conseguiremos equilibrar tudo isso.

Para chegar ao equilíbrio, será preciso gastar ainda menos ou receber ainda mais?
Não gosto de falar: “Vamos reduzir despesa”. Senão você fecha o clube. Não é bem assim. O que queremos é continuar tendo um controle sobre custos e despesas bastante controlado e também conseguir dinheiro novo. Novos patrocínios, novos licenciamentos… Com isso, vamos equilibrar as contas.

Que tipo de evento de marketing trouxe dinheiro para os cofres do clube?
O lançamento da terceira camisa, que é sucesso absoluto de venda. Traz recursos porque ganhamos royalties em cima da venda destes produtos. Tivemos eventos junto às novas modalidades do sócio-torcedor, que trouxe um incremento na participação do sócio. O número cresceu bastante e hoje temos uma receita muito interessante que nos ajuda. Recentemente, fizemos o lançamento do Napster, e há uma demanda muito forte por isso, vai nos trazer dinheiro novo. Uma série de ações em que usamos criatividade comercial dentro de um cenário difícil.

Em que sentido a situação financeira e econômica do país vem atrapalhando o clube?
Atrapalha no sentido de que precisávamos buscar recursos no mercado financeiro para resolver alguns problemas internos que temos, mas está se inviabilizando. A taxa de juros e os encargos estão muito elevados. Não conseguimos captar recursos novos no mercado, em uma operação financeira. Falo em pegar um empréstimo, dar uma garantia, esse tipo de coisa. Está ficando inviável pelas taxas de juros e encargos necessários para um financiamento. Se eu pegar isso agora, não tenho como pagar lá na frente.

Será preciso negociar jogadores ao término do ano para colocar a casa em ordem?
Não, não consideramos a venda de jogadores dentro do nosso planejamento e fluxo financeiro. É uma coisa muito instável, não há solidez nem garantia nem valor absoluto. Posso considerar que vou ganhar R$ 10 milhões reais por uma venda, mas o jogador pode não querer ir. Ou não quero vender e ele aparece com proposta, como aconteceu com Matheus Cassini. Não tínhamos interesse em vendê-lo, tentamos cobrir, mas ele não aceitou e quis ir embora. Ou seja, é difícil ter um parâmetro. Não vou colocar isso no meu planejamento financeiro.

Há alguns meses, o clube perdeu jogadores e não conseguiu contratar outros, como Teo Gutiérrez e Jonathas. Pensar em título brasileiro, àquela altura, era impensável?
Deixamos de ter atletas novos para priorizar o nosso grupo. Acredito muito na transparência, sinceridade e no olho no olho das pessoas. O que nos comprometemos naquele momento, estamos honrando. Passamos por um fase de transição, um mudança de rota: não vamos gastar o que a gente não pode, vamos privilegiar nosso grupo. Com as ações que tomamos, o grupo nos entendeu e nos apoiou. Queríamos manter um time competitivo. Em nenhum momento, pensamos em partir para um time bom e barato. É isso que estamos fazendo. Queremos manter o clube funcionando normalmente, mas trabalhando na nossa realidade de momento.

Que tipo de gasto desnecessário vocês cortaram? Como fizeram a economia?
Gasto desnecessário é questão de interpretação. Mas encontramos algumas cosias que naquele momento não eram necessárias. Ou coisas paralisadas aguardando pagamentos que optamos por renegociar e deixar de fazer. Por exemplo: tínhamos uma construção de um determinado local dentro do clube que ia custar R$ 1 milhão, já tínhamos contrato assinado. Mas chegamos à conclusão que aquela obra não era prioridade.

Por que acreditar que 2016 será diferente? O dinheiro de transmissão trará alívio?
Todas as ações tomamos hoje tendem a refletir em seis ou oito meses. Estamos trabalhando junto com a diretoria de marketing em busca de novas receitas. Vemos perspectivas muito boas apesar do cenário econômico não favorável no pais. E teremos melhora significativa nos direitos de transmissão. Não gosto de considerar o que ainda não é palpável, mas, se conseguirmos ser campeões neste ano, isso vai gerar uma receita boa do próprio campeonato: vendas, exposição, e a volta à Libertadores. Tudo tem reflexo financeiro interessante, isso que estamos buscando.

Hoje, o Corinthians tem dinheiro para fechar o ano de forma tranquila? Há pagamentos previstos, como mais uma parcela da compra de Elias ao Sporting, por exemplo…
Sim, estamos fazendo um planejamento financeiro. De outubro em diante, temos um fluxo financeiro muito pesado, pagamento de férias, 13º salário, a parcela do Elias, fora o dia a dia do clube. Mas estamos estruturando as operações financeiras para arcar com tudo isso, temos total domínio da situação. Não vou dizer que será tranquilo, mas temos tudo planejado até janeiro.

O Corinthians vai conseguir adiantar as cotas do Paulistão junto à Federação Paulista de Futebol? Isso traria quanto de alívio neste momento?
Isso faz parte do nosso fluxo, estamos negociando como todos os outros clubes. Devemos ter uma resposta nos próximos dias. Ajudaria muito. É uma coisa bastante importante para nós.

4 comments
  1. GENTE, O EDÍLSON É UM LIXO! ELE NÃO TEM A MENOR CONDIÇÃO DE JOGAR NO CORINTHIANS! PARECE QUE TEM GENTE QUE ESQUECE, MAS EU NÃO ESQUEÇO, DE JEITO NENHUM!!! ESSE CARA FALHOU CONTRA O SANTOS, FALHOU CONTRA O GRÊMIO E CONTRA O INTER, NEM SE FALA, NÉ! TOMOU UM DRIBLE DA VACA DO PAULÃO!!! MEU DEUS!!! PQP!!! SERÁ QUE JÁ ESQUECERAM DISSO???

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