Com o limite máximo de cinco estrangeiros por partida nos torneios nacionais, os clubes brasileiros começaram a olhar para o mercado sul-americano na hora de contratar jogadores. Nessas transferências, muitos times se beneficiaram do futebol dos gringos. Conca, D’Alessandro e Lugano são atletas estrangeiros com passagens de sucesso por aqui. No entanto, a lista de fracassos é enorme.
Para falar mais sobre esse processo de contratação de atletas sul-americanos, o FOXSports.com.br foi atrás de um atleta que viveu esse momento de dividir espaço com estrangeiros. Hugo, que passou por São Paulo, Flamengo, Grêmio e Corinthians, foi o escolhido. Ele falou sobre a prática dos clubes do Brasil de trazer muitos gringos para cá. O ex-meia detonou o processo de escolha desses times e a idolatria precoce das torcidas com esses atletas:
“Eu vejo que todo jogador que é estrangeiro, ele chega com status de craque. A gente nunca ouviu falar do cara, mas entrou no Brasil e, de forma rápida, já se valoriza muito. A gente nem conhece. O torcedor recebe no aeroporto. Qual jogador brasileiro que trocou de time foi recebido no aeroporto? O cara vem de fora, ninguém conhece e fazem isso. A imprensa também tem culpa, pois diz que o jogador é isso e aquilo. O clube vai lá e paga”.
Saiba mais:
Entre os atletas que vieram para cá e causaram polêmicas sobre a contratação, seja por uma valor astronômico ou pela falta de uma regularidade, Hugo disparou críticas em cima de Valdivia. Segundo ele, o chileno era valorizado e não trazia o retorno em campo para o Palmeiras:
“O jogador que se destaca aqui, vai para Europa. Quem vem de fora, a gente não conhece. Não to falando de um Riquelme, que ganhou tudo no Boca, um D’Alessandro, que a gente sabe do talento. São exceções. O Valdivia mesmo chegou por fita. Fez bons jogos? Sim. Mas ganhou o quê? Ganhou o quê? Eu não lembro. O cara só ficava machucado e era idolatrado. Vivia no estaleiro”, afirmou Hugo, que disparou mais críticas:
“Se pegar quantos jogos o Valdivia fez em tanto tempo de Palmeiras, eu fiz mais partidas do que ele, isso em menos tempo de São Paulo. Mas o cara é tratado como ídolo, superstar. Sem conquistar nada. Eu não entendo. Se eu sou argentino, eu falo para o meu empresário na hora: ‘Me leva para o Brasil’. Chega aqui e todo mundo é tratado como craque. Primeira coisa que eles dão é a 10 para o cara”, finalizou.