Indefinição de Andrés e novos grupos: política já aquece Corinthians

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A próxima eleição presidencial do Corinthians promete ser uma das mais turbulentas e indefinidas dos últimos anos. Marcado para fevereiro de 2018, o pleito deve ter um número amplo de candidatos, o que já aquece os bastidores do clube mesmo restando dois meses para o período em que todos esperam por turbulências, com formação de chapas, definição de candidaturas, rupturas e alianças políticas. O LANCE! traçou um panorama do momento atual, e diversas pessoas ouvidas apontam para um mesmo norte: a posição de Andrés Sanchez definirá boa parte do cenário nos próximos meses.

Presidente do Corinthians entre outubro de 2007 e o fim de 2011, Andrés cumpriu o período de duas eleições em que não poderia se candidatar ao cargo segundo o estatuto do clube e volta a ser elegível a partir deste pleito. Ele não é um pré-candidato declarado, mas trata como “considerável” a chance de se candidatar novamente. De acordo com o estafe do deputado federal (PT-SP), ainda não há decisão tomada referente ao assunto.

Apesar de não ter definido candidatura, Andrés Sanchez reuniu-se na última semana com Antonio Roque Citadini, vice-presidente do clube entre 2001 e 2004, e tem encontros frequentes com outras figuras da política corintiana. Oficialmente, Andrés trabalha com o objetivo de pacificar o ambiente político pouco tempo após o encerramento do risco de impeachment do atual presidente, Roberto de Andrade.

Situação e oposição do Corinthians estão divididas em diversas correntes. Confira abaixo algumas informações:

OS PRÉ-CANDIDATOS

Atualmente, o Corinthians tem três pré-candidatos declarados à presidência: Antonio Roque Citadini, Osmar Stábile e André Luiz Oliveira, o André Negão, atual vice-presidente do clube. Enquanto o último nome da lista “lançou” candidatura nas redes sociais, os outros dois se articulam nos bastidores e já definem bases da campanha com auxílio de profissionais de comunicação. Stábile, por exemplo, lançou o slogan “Stabilize”, que deve marcar sua campanha.

Além do trio, outras figuras da política do Corinthians também são apontadas como possíveis candidatas, como Andrés Sanchez, Paulo Garcia, Jorge Kalil e Romeu Tuma Júnior. Nenhum deles já se autodeclarou como concorrente, mas todos garantem participação ativa nas eleições de fevereiro de 2018.

Apesar de haver sete pré-candidatos, não se acredita nos bastidores que todos efetivarão candidatura. A entrada de Andrés Sanchez, uma figura forte, no pleito e uma possível união da oposição são fatores mencionados quanto à possibilidade do número cair de sete para apenas três ou quatro candidatos de fato.

CHAPAS EM ORGANIZAÇÃO

Uma das novidades na eleição de 2018 será o fim do “chapão”, em que o presidente eleito carregava consigo 200 conselheiros, e a ativação das “chapinhas”, grupos de 25 candidatos ao conselho que serão colocados em votação. No fim, oito chapinhas serão eleitas e duas ficarão como suplentes independentemente do presidente votado. Este fator aumentou a fragmentação do cenário político, já que se espera um número entre 25 e 30 chapinhas.

Alguns grupos já se organizam para lançar chapinhas, mesmo sem candidatos. Um deles é chamado de “Lava-Jato”, encabeçado pelo conselheiro Roberto William Miguel, conhecido como Libanês, e que “apresentou” o ex-jogador Wladimir como candidato ao conselho do Corinthians em 2018. O grupo não tem candidato à presidência, diz que só o terá caso todas as chapas de oposição se unam em torno de um nome e trabalha por isso nos bastidores.

Outro grupo que tem chamado atenção é o “Corinthians Grande”, liderado por pessoas que participaram das últimas gestões do Corinthians, como Sérgio Alvarenga, Fernando Alba e Felipe Ezabella, dissidentes da chapa Renovação e Transparência, que elegeu os três últimos presidentes. A ideia da mobilização é apresentar um projeto de gestão para o Corinthians, mas o grupo tem se encorpado com figuras da oposição e não se descarta o lançamento de uma candidatura à presidência.

FIM DE CICLO

Os últimos três presidentes eleitos pelo Corinthians trabalharam como diretores de futebol do clube antes da candidatura: Andrés Sanchez, Mário Gobbi e Roberto de Andrade. Neste último mandato, dois personagens ocuparam a função: Sergio Janikian, entre fevereiro e maio de 2015, e Flávio Adauto, de outubro de 2016 até atualmente. O ciclo, porém, será quebrado.

Como iniciou a gestão como diretor de futebol, Janikian não forma o Conselho Deliberativo do clube e não poderá concorrer à presidência. Já Adauto não deseja participar do pleito, conforme indicou em entrevista ao LANCE!.

“Eu já sei até porque a pergunta (sobre ser candidato), porque o Andrés e Gobbi foram diretores e depois presidentes, o Roberto… é quase natural. Mas esse ciclo vai ser quebrado agora. Eles são bem mais jovens que eu, têm mais lenha para queimar. Não tenho nem vontade, por ver os três últimos presidentes o quanto custou em vida, saúde, família, desgaste, incompreensão. Eu vi o quanto foi desgastante e doído para o Andrés, Gobbi, Roberto… É um cargo que as pessoas se entusiasmam na hora que chegam, e quando saem estão entristecidos, perdem um pouco o brilho nos olhos. E eu não quero passar por isso. Sou conselheiro há uns 20 anos, sou sócio desde 1954, até recebi uma placa com mais de 50 anos de clube, mas não tenho essa aspiração”, disse.

PRAZOS E CENÁRIO

Os candidatos à presidência do Corinthians serão confirmados no prazo de 15 dias a partir da última publicação do edital de convocação da Assembléia Geral das eleições. No último pleito, ocorrido em fevereiro de 2015, isto foi na última semana de novembro de 2014, com um mês até o fechamento da lista de associados aptos a voto e três meses de campanha direta. O presidente eleito assume o cargo imediatamente após a eleição.

Flávio Adauto, figura presente nos bastidores do Corinthians há 20 anos e diretor de futebol há quase um, acredita que o ambiente político ficará agitado de vez perto do período de definição das chapas.

“Acredito que os últimos quatro ou cinco meses do ano serão de turbulência. Até agora está aí com jantarzinho de um lado, jantarzinho de outro, o que é normal. O Corinthians sempre foi assim. Acredito que terá muita gente séria, boa, com perfil, e você pode encontrar quatro ou cinco nomes que podem representar o Corinthians”, diz o diretor de futebol.

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