Jogos Inesquecíveis da Libertadores: da aflição à alegria, as emoções de uma histórica vitória nas quartas de 2012

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Na conquista inédita da Libertadores, o Corinthians enfrentou Santos e Boca Juniors, dois tradicionais campeões da competição continental. Mas talvez não tenha tido um jogo tão ou mais marcante do que o segundo jogo contra o Vasco pelas quartas de final daquela edição, no dia 23 de maio de 2012. A partir daquela partida, que trouxe os mais distintos sentimentos ao torcedor corinthiano, a crença da realização de um sonho se tornou gigante para a Fiel.

O palco do duelo por uma vaga nas semifinais foi o Pacaembu. Era o confronto de volta, depois de um 0 a 0 truncado no estádio de São Januário, no Rio de Janeiro, em um gramado muito prejudicado pela chuva. Por isso, Corinthians e Vasco entravam em campo para decidirem tudo em 90 minutos, com uma leve vantagem para a equipe carioca – se empatassem com gols, passariam de fase, por causa da regra de gols fora de casa como critério de desempate.

A festa e a pressão da Fiel eram enormes. Com direito à mosaico antes do apito inicial, a torcida alvinegra fez a parte dela, com muito barulho. Mas o primeiro tempo não foi dos melhores tecnicamente. Duas chances de cada lado. Pelo Vasco, apenas nas faltas cobradas por Juninho Pernambucano, em que Cássio, seguro, interviu a favor do Timão. Para o Corinthians, Emerson chutou dentro da área, próximo à marca de pênalti, mas para fora. A melhor oportunidade foi uma cabeçada de Paulinho (um presságio?), em que Fernando Prass espalmou.

Todas as grandes emoções do duelo ficariam reservadas para o segundo tempo. E que emoções.

Na etapa final, o corinthiano viveu, seguramente, o momento de maior tensão em todo o ano de 2012. O cronômetro marcava 18 minutos. O Corinthians tinha uma falta pelo lado direito do campo, Alex lançou na área e Fernando Prass espalmou para frente. A bola sobrou para Alessandro. Porém, o lateral direito era o último homem – a equipe do Timão estava toda à frente, pressionando o Vasco. Foi aí que o camisa 2 tentou recolocar a bola na área, mas acabou sendo interceptado por Diego Souza, que conseguiu roubá-la, livre, tendo todo o campo pela frente para avançar.

No total, o lance teve oito segundos. Mas esse tempo pareceu uma eternidade para o torcedor corinthiano. Naquela altura do jogo, um gol do Vasco poderia acabar com o sonho do Corinthians de ser campeão da Libertadores, já que o Timão precisaria virar o placar faltando 25 minutos para o fim da partida.

Foram oito segundos acompanhando Diego Souza saindo do campo de defesa do Vasco, cruzando o círculo central e se aproximando da área sem qualquer combate. Era o camisa 10 vascaíno contra Cássio, que se posicionou na altura da marca de pênalti. Quando o meia adversário chegou na meia-lua, decidiu chutar rasteiro, no canto direito de quem está vendo o gol. Tudo poderia ter acabado ali. Mas o goleiro do Corinthians se agigantou, tocou na bola com a ponta do dedo e mandou para fora.

A sensação no Pacaembu era total de alívio. A anestesia causada por aqueles oito segundos foi tamanha que poucos lembram ou se tocaram que, no lance seguinte, após cobrança de escanteio, Nilton quase marcou 1 a 0 para o Vasco com uma cabeçada em que a bola triscou o travessão.

Era como se o Corinthians ganhasse uma segunda vida na Libertadores 2012. E a equipe tratou de aproveitá-la. Depois de minutos de muita tensão para ambos os lados – o Alvinegro do Parque São Jorge chegou a meter uma bola na trave com Emerson e ter o técnico Tite expulso – , parecia que a decisão por pênaltis era inevitável. Até o Timão ter um escanteio aos 42 minutos do segundo tempo.

Alex, como de costume, fez a cobrança. A bola subiu até a área, onde encontrou a cabeça de Paulinho. O volante conseguiu se equilibrar para cabecear a redonda no chão, no canto esquerdo de Fernando Prass, sem chances para o arqueiro vascaíno. Gol, Corinthians 1 x 0 Vasco.

O Pacaembu foi tomado por uma explosão vinda das arquibancadas. Onde estavam Tite e Edu Gaspar, então gerente de futebol do Corinthians, que comemoraram o gol ao lado dos torcedores. Até mesmo Paulinho subiu no alambrado para celebrar ao lado da Fiel.

Uma vitória histórica, uma das maiores em mais de 100 anos de história do Sport Club Corinthians Paulista. Que depois de tantas eliminações sofridas, em que a sorte nunca esteve a favor, deu certeza ao torcedor: enfim havia chegado a hora do Timão na Libertadores.

A caminhada do Corinthians em mais uma participação na Conmebol Libertadores Bridgestone começa nesta quarta-feira (20). Nesse dia, o Timão conhecerá os adversários que enfrentará na fase de grupos da edição 2018 da competição continental, no sorteio que será realizado na sede da Conmebol, em Luque, no Paraguai, às 21h (de Brasília).

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