Melhor que Hulk, ex-Corinthians segue os passos de Edmundo e craque alemão no Japão

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Revelado pelo Coritiba e com passagem pela base do Corinthians, Rafael Silva está se destacando do outro lado do mundo. Com 11 gols em 14 jogos na atual temporada (dez como titular), o brasileiro está em segundo lugar na artilharia tanto do Campeonato Japonês, quanto da Champions League da Ásia. Jogando pelo Urawa Red Diamonds, o atacante contou detalhes de sua carreira em entrevista exclusiva ao FOXSports.com.br.

“Meu início foi no Corinthians. Depois, com 17, 18 anos fui para o Coritiba, clube onde eu fui revelado e fui feliz. Até hoje agradeço ao Coritiba pela oportunidade que eles me deram. Não tive tantas chances de jogar e ter uma sequência boa, mas estava sempre indo para os jogos e entrando um pouco no segundo tempo das partidas”, conta.

Depois de começar a aparecer na equipe profissional do Coxa durante o ano de 2012, Rafael acabou se transferindo para o futebol suíço após a disputa do Campeonato Paranaense do ano seguinte. Contratado pelo FC Lugano, à época na segunda divisão, o atacante não demorou muito para se adaptar e terminou o campeonato como artilheiro do time, com 10 gols marcados.

“Eu tinha propostas de outros clubes para continuar no Brasil, mas aproveitei que apareceu essa oportunidade de ir para fora e preferi ir para a Suíça. Não me arrependo, porque lá eu aprendi muita coisa, muita coisa mesmo. Não só no futebol. Você aprende a se comportar diferente, se torna uma pessoa mais educada. Foi bom. Nos primeiros cinco meses foi um pouco complicado para se adaptar, mas depois disso foi tudo tranquilo, me adaptei bem e até para sair da Suíça eu não queria. Não estava tão a fim de sair de lá porque foi um país que eu aprendi a gostar muito. Tinha uma vida muito boa. “

Apesar do bom momento no clube suíço e da vontade de permanecer na Europa, Rafael recebeu uma proposta do Albirex Niigata na temporada seguinte e acabou rumando para o Japão, terminando a J-League de 2015 como vice-artilheiro da equipe.

“A proposta foi muito boa, consultei três amigos que eu tinha no Japão e todos falaram que era muito bom, que salário não atrasava, o nível do campeonato era muito bom e a vida era sossegada. Isso me fez trocar. E realmente, a vida aqui é muito boa, não tem tanta pressão, você pode sair na rua após uma derrota, pode viver tranquilo, não tem perigo nenhum na cidade. Aqui você só se preocupa em jogar futebol. “

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Depois de um campeonato melhor ainda em 2016 – artilheiro do time com mais que o dobro de gols do segundo colocado, Rafael acabou chamando a atenção de um clube maior do Japão: o Urawa Red Diamonds, para onde se transferiu no início do ano. Agora com possibilidades reais de disputar títulos e jogando sua primeira Champions League da AFC, o jogador está em sua melhor fase na carreira.

“Com certeza está sendo meu melhor momento. Estou tendo a oportunidade de ser titular em uma equipe grande aqui no Japão, posso brigar por títulos e estou conseguindo desenvolver meu futebol. O que eu estou vivendo agora, não tinha vivido antes. Espero dar continuidade. “

Aos 25 anos, Rafael Silva aparece na segunda posição na artilharia dos dois principais campeonatos disputados pelo time que já teve craques como Edmundo e Michael Rummenigge. “Meu objetivo é disputar título em todos os campeonatos. Sonho em vencer a J-League e, se possível, chegar também na Champions. Individualmente, quero estar entre os 11 melhores do campeonato e, se conseguir ganhar o prêmio de artilheiro, vai ser perfeito. “

É na principal competição do continente que os números de Rafael mais se destacam. Com cinco gols marcados em apenas 198 minutos, o camisa 8 tem sido o talismã da equipe japonesa: um gol a cada 40 minutos. Para efeito de comparação, os dados superam, por muito, os de grandes nomes, como Hulk (um a cada 112), Ricardo Goulart (um a cada 130), Alex Teixeira (1 a cada 135), Elkeson (1 a cada 152) e Oscar (1 a cada 176).

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Em grande momento, o atleta natural de São Paulo descarta voltar ao Brasil por enquanto. “Não, sinceramente eu não penso em voltar ao futebol brasileiro tão cedo. Quero continuar na Ásia. Agora que eu estou vivendo meu melhor momento, quero dar sequência, até porque acabei de chegar no Urawa e estou sendo muito feliz, mesmo estando sozinho, pois sou o único brasileiro do time. Achei que ia ser difícil para mim, mas pelo contrário. “

Há um pouco menos de três anos na Terra do Sol Nascente, o jogador está adorando o país. “Depois que eu me adaptei, tudo foi perfeito, até mais do que esperava. As companhias me ajudaram. Quando eu cheguei tinha o Léo Silva, que hoje está no Kashima, e ele me ajudou muito. Escutei bem ele e aprendi. Segui meu caminho e, se tiver que ficar no Japão até o final da minha carreira, eu fico. “

Atuando em um futebol mais intenso, segundo ele, Rafael citou as principais diferenças entre o esporte praticado no Brasil e no Japão. “A pegada, a intensidade. Os 90 minutos são de correria. Japonês corre muito, não desiste das jogadas. Essa é a principal diferença. E aqui o estádio está lotado sempre, é de 30 mil para cima quando a gente joga em casa. “

Se algum jogador receber uma proposta e estiver na dúvida em atravessar o mundo, Rafael Silva dá o aval – coisa que, de fato, já aconteceu. “O Patrick e o Thiago Galhardo, que estão no Albirex, meu ex-clube, me perguntaram como era. Falei que aqui não tem problema de salário, não tem problema de violência, é seguro para quem traz a família. O futebol é mais corrido e, depois que eles se adaptarem, não vão mais querer sair do Japão. E eles estão gostando e querem continuar. A história é sempre parecida: no começo acha meio estranho, mas depois quer ficar para sempre. “

Na próxima quarta-feira (24 de maio), o Urawa Red Diamonds abre o confronto contra o Jeju United, válido pelas oitavas de final da Liga dos Campeões Asiática. No campeonato nacional, o time é o terceiro colocado, dois pontos atrás do líder Gamba Osaka.

* Reportagem de Rodrigo Santos

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