Amizade, amor e apoio. Arena Corinthians une torcedores e forma “família”

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  • Mauro Horita/AGIF

    Arthur apoiado no pai: míni-Cássio na Arena

    Arthur apoiado no pai: míni-Cássio na Arena

Para quem não está acostumado, o grito frenético de Dona Wanda no acesso ao setor Sul da Arena Corinthians pode até assustar. A atitude faz parte do roteiro colocado em prática em todos os jogos do time alvinegro em Itaquera. Para o grupo que frequenta o local com frequência, entretanto, a cena é corriqueira.

Ao lado da torcedora emblemática do Corinthians, que sempre traz uma bandeira do Paraguai à mão em homenagem ao atacante Romero, estão dezenas de torcedores, todos com hábitos repetidos e extremo zelo um com os outros. Todos tornaram-se amigos devido à convivência intensa nos jogos da equipe paulista.

A “família” corintiana se encontra em todos os jogos do Corinthians na Arena e é dividida em alguns grupos ao longo de todo o local. Na primeira fileira, o espaço mais disputado do setor, torcedores formam pelo menos dois grupos, nos blocos 411 e 412.

“Aquela família é inseparável. Onde um está, o outro tem e estar junto. Inaugurou o estádio [em maio de 2014] e a gente se conheceu lá. A gente não se conhecia. Fomos formando essa família”, contou Dona Wanda, de 68 anos, em entrevista ao UOL Esporte.

Um dos torcedores que assiste às partidas do Corinthians ao lado de Dona Wanda é Daniel Zanelli. Os dois têm a mesma rotina do restante do grupo: gostam de chegar cedo no estádio para conseguir um espaço na primeira fileira do setor, bem próximo a um dos gols da Arena.

“Não há lugar cativo, mas entramos 2h30 antes do jogo e já ficamos por lá. Criamos uma torcida chamada família 412”, frisou o torcedor de 26 anos, que conheceu Marcel e Natalia no estádio corintiano há um ano e meio.

Acervo pessoal

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Com Dona Wanda (ao centro), torcedores mostram união pelo Corinthians no setor Sul

Marcel, por sua vez, passou a ir aos jogos com Natalia depois de dar uma carona à torcedora de 32 anos. “Ela é prima de um amigo meu. Um dia eu estava indo a um jogo e demos carona a ela. Ela já conhecia o Daniel e me apresentou a ele”, explica o corintiano de 35 anos, que já viu mais de 100 jogos da equipe alvinegra em Itaquera.

De acordo com Natalia, a amizade do grupo transcendeu os limites da Arena Corinthians. A família acompanhou o Corinthians em Curitiba, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Campinas. “Em outubro vamos para Salvador”, disse a torcedora, que só perdeu dois jogos do time desde 2015.

No grupo, há figuras conhecidas em quase todo o estádio. Além de Dona Wanda, a torcida conta com o menino Arthur, mais conhecido como míni-Cassio, sempre escalado nos ombros do pai. “Eu sempre chego com meu filho depois. A gente desce, cumprimenta o pessoal, faz aquela bagunça que estamos acostumados”, disse Robson.

“É tipo uma família. Toda vez é o mesmo pessoal. Sempre vai chegando mais um para fazer aquela corrente que dá para ver em todos os jogos”, completou o torcedor corintiano.

Família é grande

Acervo pessoal

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Jaiane e Paulo sempre vão à Arena Corinthians e ficam no bloco 411 do setor Sul

Nas cadeiras ao lado, mais gente se une pelo Corinthians. É o caso do casal Paulo Pacheco e Jaiane Valentim, que sempre veem os jogos no bloco 411, mais próximo da bandeira de escanteio.

“Buscamos ficar sempre na primeira fileira, bem próximo ao campo e tentamos ficar sempre nas mesmas cadeiras. A gente sempre chega cedo e vê o mesmo pessoal lá, acaba conversando, falando do Corinthians, do jogo. É legal porque o interesse é o mesmo, fica mais fácil fazer amizade assim”, ressaltou Jaiane.

“Na Arena conheci figuras que sempre vão aos jogos, como a Dona Wanda, que grita “Vai, Corinthians” direto e bem alto, o Wagner, que tem o corpo quase todo tatuado com desenhos do Corinthians, e o Marreta, que tem mobilidade reduzida e conta com a solidariedade dos colegas para ter seu lugar reservado”, conta Paulo.

Acervo pessoal

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Natalia, Marcel e Daniel juntos na Arena

O casal de namorados também é bastante conhecido pelas faixas criativas com menções aos jogadores corintianos. “Levamos uma faixa que tenha a ver com o jogo. Depois da final do Campeonato Paulista, do “Não vi Basílio, mas vi Romero” e “Jô é melhor que Drogba” sempre perguntam: “e aí, qual a faixa de hoje?”, disse Jaiane.

Para Paulo, dia do jogo do Corinthians virou um evento depois do encontro constante dos amigos no local. A ideia é sempre chegar cedo e correr para a primeira fileira a fim de buscar um lugar privilegiado.

“Para quem frequenta o setor sul e fica na “grade”, não basta chegar na hora da partida. Todos os assentos da Arena Corinthians são marcados, mas no setor sul não há essa cerimônia. Quem chega primeiro pega o melhor lugar. Estamos todos na mesma união, o que importa é ver o Corinthians jogar”, ressaltou o torcedor.

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