Análise: em forma, Elias ainda faz a diferença a favor do líder Corinthians

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Ter Elias em boa forma física significa reforçar o Corinthians com um jogador de seleção brasileira, fundamental para que o sistema proposto pelo técnico Cristóvão Borges funcione. O retorno do volante e sensíveis mudanças táticas promovidas pelo comandante foram responsáveis pela vitória por 1 a 0 sobre o Internacional, neste domingo, no Beira-Rio.

Elias voltou a ser titular depois de dois meses e correspondeu às expectativas. Mostrou seu bom futebol de infiltrações, dinâmica no meio-campo e finalizações a gol. Some-se a isso a redefinição do 4-4-2, com Romero ao lado de André e permitindo maior participação do centroavante. Uma alternativa treinada à exaustão durante a semana.

O resultado representou a tomada da liderança do Campeonato Brasileiro, com 33 pontos – o time foi beneficiado pela derrota do Palmeiras para o Botafogo.

Representou também a atuação mais segura do Corinthians sob o comando de Cristóvão. Nota importante para quem já começava a ser questionado depois de dois empates em casa.

O Corinthians volta a campo na próxima quarta-feira, contra o Atlético-PR, em Curitiba. Cristóvão não terá André, suspenso. Luciano deve ser seu substituto.

O JOGO

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Nova configuração do Corinthians: Romero mais próximo de André, e meias bem avançados

Apesar de jogar fora de casa, o Corinthians conseguiu estabelecer sua proposta desde o início. Com a reorganização das peças em campo, Cristóvão queria retomar a aproximação, as triangulações, as características que se perderam nas últimas partidas.

Com a bola nos pés, Romero, André, Giovanni Augusto e Marquinhos Gabriel praticamente formaram uma linha de quatro atacantes, aumentando o volume ofensivo e as trocas de passes. Nesse contexto, com um ataque povoado, Elias entra do jeito que mais gosta: como elemento surpresa, aparecendo sozinho na área e levando perigo ao rival.

O segredo para o sucesso foi a movimentação. Giovanni e Marquinhos trocavam de lado a todo momento, enquanto Romero se alternava entre o lado direito e o auxílio a André mais perto da área.

Assim, o Timão nem teve tanto a bola – 46%, contra 54% do Inter. Mas, sempre que a teve, levou perigo. Foram 11 finalizações, contra apenas quatro do rival.

Numa delas, prevaleceu a característica de Elias.
Enquanto Giovanni e Romero trocaram passes na área, ele saiu de sua posição original, deu opção aos companheiros e recebeu livre para chutar ao gol e abrir o placar. Uma jogada que agrega muito ao repertório corintiano.

Substituto de Elias no período da lesão, Rodriguinho não fez feio. Ele tem poder de marcação maior e mantém a qualidade no passe. Não faz, porém, essa transição do meio para o ataque com a velocidade necessária. Elias muda o ritmo do Corinthians e o deixa mais rápido. Da maneira que Cristóvão queria desde que assumiu o comando da equipe.

O segundo tempo mostrou essa tendência. Contra um Inter desorganizado, é verdade, tudo ficou mais fácil. Mesmo assim, os contra-ataques com poucos toques na bola foram constantes. Luciano entrou nos minutos finais e participou de três dessas jogadas, sempre partindo em velocidade e cortando para dentro. Não fosse a má pontaria, o Corinthians voltaria a São Paulo com um placar mais confortável na bagagem.

Na defesa, o padrão do início da era Cristóvão voltou. Nem mesmo a entrada do perigoso Nico López mudou o panorama. Apesar de ter levado vantagem sobre Balbuena e Yago em algumas disputas, o uruguaio quase sempre foi cercado por pelo menos dois defensores alvinegros. Seu campo de ação ficou muito restrito diante da forte marcação.

No Corinthians, Elias ficou em campo por 75 minutos. Havia jogado aproximadamente 30 nos duelos contra São Paulo e Figueirense. Quanto mais perto ele estiver de sua forma ideal, melhor para Cristóvão Borges. O volante ainda pode ser a maior liderança técnica da equipe em 2016.

POLÊMICA: PÊNALTI OU NÃO?
Com o placar de 1 a 0 para o Corinthians, Uendel e Ariel disputaram a bola na grande área, aos 5 minutos do segundo tempo. O lateral do Timão, com um chute, acertou o rosto do adversário. De acordo com o comentarista de arbitragem Paulo Cesar de Oliveira, “houve o contato na área. Se não houvesse, seria jogo perigoso. Como houve, tiro direto. Pênalti não marcado para o Inter”.

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