Criançada domina campo vizinho ao Corinthians e só para por foto com ídolos

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Poucos metros separam o campo de terra batida dos gramados bem cuidados do CT do Corinthians. De um lado do muro alto, crianças se divertem num jogo improvisado. Do outro, jogadores do time alvinegro treinam na preparação para mais uma partida importante. Ao fim do dia, há encontros entre fãs e ídolos, com direito a fotos e autógrafos.

Tal cena ocorre praticamente todos os dias no portão principal do CT Joaquim Grava. E somente o vai e vem dos carros dos jogadores é capaz de interromper o bate-bola da turma de garotos do Jardim Keralux, bairro colado ao local de trabalho dos atletas do Corinthians.

“É bom ter eles aqui perto, a gente para o jogo e vai lá pedir autógrafo”, disse Samuel Ribeiro, de 12 anos, fã do goleiro Cássio, que é o responsável pela escolha de posição do garoto.

Ao lado dos amigos que moram na mesma rua, Samuel faz o mesmo trajeto durante a semana: depois de ir à escola pela manhã e ajudar os pais nas tarefas da casa, o menino, montado numa bicicleta pequena, vai até o campinho de terra e grama castigada.

Diego Salgado/UOL Esporte

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Kauã e Daniel no cenário habitual: futebol com os amigos e ídolos corintianos por perto

Aos 13 anos, Kauã Ramos comemora a chance de poder jogar futebol ao lado do centro de treinamento corintiano. O garoto, como tantos outros, sonha em um dia estar do lado oposto. Aprovado em um teste em São Bernardo, ele teve de desistir do plano, ao menos temporariamente, por causa da distância.

Outro integrante da turma é Daniel Santos, 14 anos, que chegou a São Paulo no ano passado depois que sua família deixou Alagoas. O menino, dono da bola e sempre vestido com uma camisa do Corinthians repleta de assinaturas dos ídolos, sonha alto: quer, além de jogar futebol, ajudar os pais e irmãos.

O encontro, enfim

Os pedidos de autógrafos e selfies com os jogadores ocorrem nos dias em que o Corinthians treina no período da tarde. Os meninos do Jardim Keralux costumam chegar ao local às 13h. Depois de um jogo rápido, correm em direção aos carros dos jogadores. Da janela, conseguem o tão esperado encontro, que volta a acontecer no fim da tarde.

Acervo pessoal

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Encontro de ídolo e fã também é comum

“A gente para numa boa, trata bem, porque um dia foi a gente ali também tendo um sonho de poder viver tudo isso. É uma coisa que a maioria das crianças sonha de conseguir chegar. Às vezes uma pequena atitude, um gesto, muda a vida das pessoas”, disse Rodriguinho.

Em 2014, o campinho teria recebido até o atacante Paolo Guerrero, que deixou o Corinthians no ano seguinte. De acordo com os garotos, peruano parou o carro, caminhou até o local e deu alguns chutes no gol. 

Os eleitos pela molecada

Diante de tantos ídolos ao lado do campinho, as crianças não demoram para eleger os jogadores preferidos. Romero é o mais citado por eles, tanto pela simpatia no encontro à frente do CT quanto pelo desempenho em campo. Daniel, que se diz volante, deseja que um dia o paraguaio vá bater uma bola no terrão. 

Kauã fez elogios a Romero pelo espírito de luta mostrado nos jogos do Corinthians. “Ele é atacante e zagueiro também, marca muito e faz gols”, afirmou o fã, que gosta de atuar na ponta ou na lateral direita – por isso, também cita Fagner como exemplo a seguir: “Ele é muito veloz”.

Já Samuel gosta de jogar no gol e elege Cássio como grande ídolo. O garoto, que assim como o goleiro tem cabelo comprido, também cita Rodriguinho pelo fato de o jogador “entrar na área para marcar”.

Acervo pessoal

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Rodriguinho para o carro e atende os meninos do Jardim Keralux: selfie e autógrafos

Campo dos adultos tem campeonato de verdade

Localizado em uma área isolada, à beira da Rodovia Ayrton Senna, o CT Joaquim Grava é vizinho do Parque Ecológico do Tietê. Inaugurado em 1982, o complexo é gerido pelo governo estadual e tem uma área equivalente a 11 Parques do Ibirapuera. 

Além de quatro campos internos, outros 12 estão fora do parque – dois deles ficam ao lado do Corinthians. O da frente, aberto todos os dias, recebe as crianças. O do fundo, por sua vez, fica fechado e recebe, aos fins de semana, partidas entre times de várzea da região, como o 7 de setembro, o Alagoanos e o Boca Juniors do Keralux.

Segundo Hailton Cunha, administrador do CT Joaquim Grava, os campinhos foram feitos há cerca de três anos. Antes, havia um único campo, maior. Depois da construção do canteiro de obras do monotrilho, ele foi dividido. 

Diego Salgado/UOL Esporte

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Bola surrada e pé descalço faz parte da cena no campinho de terra

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