Tite lembra ‘não’ de Jadson à China e diz que meia está mais feliz no Timão

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Dos 50 gols que o Corinthians fez no Campeonato Brasileiro, 12 saíram dos pés de Jadson. Vice-artilheiro da competição, atrás apenas de Ricardo Oliveira, atacante do Santos, o camisa 10 tem ainda nove assistências na competição. Números que fazem dele um dos craques do torneio. Mas tudo poderia ter sido diferente se ele tivesse tomado outra decisão há alguns meses…

Em fevereiro, quando o Timão ainda nem sonhava em ser líder do Brasileirão, ele esteve muito próximo de um acerto com o Jiangsu Sainty, da China. Em crise financeira, o Alvinegro receberia uma boa fatia na transação e o meia, claro, teria salário bem mais elevado. Uma conversa com Tite, que passou confiança ao jogador, e com a sua família, manteve Jadson no Timão.

– O mérito foi muito mais dele na ocasião. Senão exclusivamente dele, também de sua família. Uma única coisa que coloquei a ele foi: “Cara, busque ficar onde você se sentir feliz. Onde tua família estiver bem. Assim você vai estar muito mais perto do sucesso e de todos os objetivos que tu tiver (…) Torço para que tu tenha luz para encontrar qual é o teu caminho. Não sei qual é, mas encontra que ele vai ser o certo” – relatou Tite, antes de ser perguntado, então, se Jadson está mais feliz no Timão do que estaria hoje na China.

– Eu tenho certeza (risos) – afirmou, em visita à TV Globo.

Antes de viajar para o Rio Grande do Sul para visitar os parentes e aproveitar a folga concedida ao elenco e à comissão técnica até a manhã de quarta-feira, o técnico atendeu a reportagem e comentou sobre alguns temas ligados à campanha do Timão no Brasileirão. Confira abaixo:

GloboEsporte.com – Rodriguinho, jogador que você tirou do banco e colocou no jogo contra a Ponte Preta, marcou o gol salvador que garantiu o empate por 2 a 2. Qual a sua participação na campanha do Corinthians?
Tite: 
Participação de técnico é algo muito difícil de quantificar, não consigo. Sei que faço parte de uma engrenagem importante, com comissão técnica, atletas e direção, da preparação do trabalho, para que as coisas aconteçam em campo. Acredito neste conjunto da obra (…) Em relação à substituições que dão certo, é muito mais mérito dos atletas, que estão preparados e que entram bem tecnicamente. Isso é fundamental. Por vezes, a escolha é do técnico, mas o desempenho é da qualidade técnica individual. Só vou mexer bem quando o atleta entrar bem.

O primeiro gol foi feito por Jadson. Qual a importância dele, hoje, na sua equipe?
A engrenagem toda está muito bem e o Jadson (também). A estrutura tática da equipe é em cima da característica dos atletas. Isso potencializa, ora um, ora outro, ora o sistema defensivo, ora a criação ou o meio, que está muito forte. Mudam-se as peças, mas mantém-se a ideia de futebol.

Neste momento, Gil, Renato Augusto e Elias estão com a seleção brasileira no Chile. Há uma vaga também para Jadson neste grupo?
Se te respondo, parece um questionamento à convocação do Dunga, e sempre tenho cuidado com isso. Mas sei reconhecer o trabalho dos atletas. A campanha do Corinthians justifica as convocações com tranquilidade. Inclusive, mais (convocações).

Seus times costumam ter força defensiva nas laterais. Sem Fagner na direita, Edilson entrou, mas ainda mostra algumas dificuldades. Ele entrará nesta engrenagem? 
Edilson já entrou nesta engrenagem. Já trabalhou na linha de quatro, até porque o biotipo dele é mais posicional, então ele traz esse componente. Claro que tinha no Botafogo mais liberdade, era mais agressivo, mas já absorveu essa situação. Fiquei seis ou sete meses ouvindo (da imprensa) que Edilson ia tomar o lugar do Fagner. Teve dois ou três jogos normais de decréscimo, mas está retomando o seu padrão normal. A mecânica da equipe se mantém inalterada, com um pouquinho de características diferentes entre um e outro.

Aos 18 anos, Malcom já tem mais de 60 jogos como profissional e tem tido sequência como titular. Como lidar as oscilações dele de jogo para jogo, que são normais da idade?
É o grande desafio. Já está muito mais maduro pra idade que tem aos 18 anos. E para o nível de enfrentamento do Campeonato Brasileiro, com tamanha exigência técnica e psicológica que tem. Claro que em alguns momentos que vai oscilar, é próprio da idade, mas é um garoto que sabe ouvir os companheiros e o técnico. Saber ouvir é um ato de inteligência muito grande.

Diante disso, dar sequência de jogos a ele é importante para o amadurecimento?
Os treinamentos também proporcionam isso, estar na equipe. Ele estava perdendo lugar para o Rildo. É normal cair tecnicamente, ter competição dentro do grupo e voltar. Agora está competindo com Lucca e com outros jogadores de armação. Acredito nessa pressão positiva, de olhar para o lado e ver o colega com qualidade. Senão você entra em zona de conforto grande.

A nove rodadas do fim do Brasileirão, é bom para a competição ainda ter um enfrentamento entre Atlético-MG e Corinthians, vice-líder e líder?
Não sei, cara, não sei. Boa pergunta. Se fosse falar egoisticamente, já gostaria de ter passado, para não enfrentar lá e a gente continuasse. Mas não é assim, não é o real. Mas são duas equipes que estão fazendo dois grandes campeonatos, aliás dois grandes anos, a qualidade de futebol. Olha o Corinthians, a qualidade apresentada no ano e no Brasileiro, sem demagogia. Mas é a realidade. Pega dois campeões brasileiros e dar para os dois seria muito justo.

São mesmo as duas melhores equipes do Brasileirão?
Hoje sim, inconteste.

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