O banco vale a pena: Corinthians tem DNA de construir destaques desde Mano

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  • Rodrigo Gazzanel/Agência Corinthians

    Rodriguinho é artilheiro do Corinthians no ano após algumas temporadas na reserva

    Rodriguinho é artilheiro do Corinthians no ano após algumas temporadas na reserva

Se tiver inteligência e visão futura, um jogador que está no banco do Corinthians nos últimos anos verá que o futuro pode ser muito promissor. Como em poucas equipes do Brasil, as comissões técnicas recentes do clube, lideradas por Mano Menezes, Tite e atualmente Fábio Carille, desenvolveram um conceito de trabalho em cima da ascensão programada. É o caso de dois atuais protagonistas do time campeão paulista e co-líder do Brasileirão.  

Guilherme Arana e Rodriguinho são os novos exemplos de uma trajetória que já foi repetida por diversos destaques do Corinthians na década atual, como Paulinho e Felipe (veja lista completa mais abaixo). Se hoje são destaques importantes corintianos, o lateral esquerdo e o meia-atacante passaram longos períodos no banco de reservas do clube em preparação e amadurecimento até o momento atual. 

Esse tipo de crescimento é consequência de uma das máximas da comissão técnica do Corinthians, sobretudo nos períodos com Tite. É ainda uma das razões para o clube optar, desde 2009, pela presença de dois ou até três auxiliares na comissão técnica.

A atenção aos jogadores reservas é semelhante à fornecida aos titulares. As duas equipes trabalham sempre da mesma forma, e Carille, por exemplo, repete que jamais utiliza a equipe suplente para espelhar o formato do próximo adversário. Nos treinamentos, a prioridade é aperfeiçoar os atletas e inseri-los dentro do contexto coletivo da melhor maneira possível.

Rodriguinho cresceu taticamente e ganhou confiança para brilhar

Adquirido em meio a reformulação forçada que ocorreu a partir da queda na Libertadores 2013, Rodriguinho não se impôs no primeiro momento. Até então restrito a equipes maenores, se viu em meio a jogadores mais renomados e em momento difícil no time. No ano seguinte, ganhou de Mano Menezes a posição de titular, mas logo acabou descartado por apresentações abaixo da média. 

O aspecto “ganho de confiança” por parte de Rodriguinho é um elemento fundamental para a ascensão nas últimas duas temporadas, segundo quem conviveu com o meia no período de baixa e também na alta. Ele se tornou um dos líderes do time desde que Renato Augusto partiu para a China e, na avaliação do próprio Fábio Carille, foi o jogador mais importante no conturbado semestre passado, com Cristóvão Borges e Oswaldo de Oliveira.  

O componente tático também marcou o período de ascensão. Tite fez Rodriguinho, em 2015 e 2016, atuar mais recuado, em função até então inédita para ele. A carga de trabalho, pouco a pouco, fez dele um jogador mais completo, que em 2017 foi recolocado para jogar na frente e deslanchou. São nove gols e quatro assistências, os números mais decisivos de todo o elenco. O prêmio foi ser chamado à seleção brasileira. 

Arana já era uma convicção no Corinthians desde 2014

Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians

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Guilherme Arana havia acabado de sair dos juvenis e ser vice-campeão da Copa São Paulo quando, aos 16 anos, foi chamado por Mano Menezes ao lado de Malcom para os profissionais. Naquele momento, não havia perspectivas a curto prazo, com Fábio Santos e Uendel como laterais do time adulto, mas a convicção de que o jovem precisava ser trabalhado em outro nível e ritmo foi o que ocasionou a promoção. 

Com fama de aperfeiçoar o trabalho dos laterais no Corinthians, o então auxiliar e também ex-lateral Sylvinho foi quem se encarregou, no primeiro ano, de cuidar do posicionamento defensivo de Arana.

Os trabalhos também sempre foram feitos por Fábio Carille, auxiliar responsável pelos defensores no clube e um dos que encorajou Tite a lançar o jovem em meio ao Brasileirão 2015, quando já tinha um período longo de treinos e uma passagem por empréstimo no Atlético-PR. Outro ponto importante sobre ele é que sempre foi muito interessado em vídeos produzidos pelo CIFUT (análise de desempenho). 

A ascensão programada foi colocada em prática na virada do ano, quando a venda de Uendel ao Internacional coincidiu com a titularidade, enfim, para Arana. Nesse período, aflorou no lateral formado no Parque São Jorge um outro ponto fundamental: jogador de muita personalidade e vigor, se estabeleceu por completo. Decisivo, contribuiu com assistências para 25% dos gols do time no ano (sete passes em 28 gols).  

Quem virou destaque após longo período na reserva do Corinthians?

AP Photo/Andre Penner

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Castán celebra ao lado de Paulinho: destaques em 2011 e 2012

PAULINHO

Passou 2010 no banco de reservas de Ralf, Elias e Jucilei, mas ganhou a titularidade no ano seguinte com a venda dos dois últimos no início de 2011. Se tornou o coração da equipe campeã da Libertadores e do Mundial de Clubes e depois a maior negociação da história do Corinthians.   

LEANDRO CASTÁN

Chegou praticamente ao lado de Fábio Carille, então auxiliar, e Ralf, volante, todos do Grêmio Barueri. Em 2010, foi reserva Chicão, William e ainda Paulo André, mas atropelou no ano seguinte. Foi o líder em partidas do elenco em 2011 e saiu no ano seguinte, após a conquista da Libertadores. 

BRUNO HENRIQUE

Passou duas temporadas completas (2014 e 2015) com algumas sequências como titular, mas reserva de Ralf e Elias na maior parte do tempo. Só no ano passado ganhou a vaga cativa na primeira equipe e deslanchou. Em fim de contrato, acabou vendido ao Palermo. 

FELIPE

O caso mais emblemático de todos. Tinha pouquíssima rodagem em divisões de base e aprendeu muitos fundamentos em 2012, 2013 e 2014, temporadas em que pouco atuou – as duas primeiras, sobretudo. Em janeiro de 2015, virou titular e teve ascensão impressionante no time campeão brasileiro. 

UENDEL

Foi reserva de Fábio Santos por um ano e meio e assumiu a lateral esquerda no início do Brasileirão 2015. Teve grande evolução defensiva no período a partir de trabalhos com os auxiliares Sylvinho e Fábio Carille. Foi um dos mais regulares defensores do país nas duas últimas temporadas. 

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