“Papa-tudo”, Fagner sela ano perfeito e projeta mais títulos no Corinthians

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  • Marcello Zambrana/AGIF

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O lateral direito Fagner tem um bom argumento contra os críticos: os números. Nos últimos quatro anos, desde que ele retornou ao Corinthians, ninguém no clube teve mais êxito individual do que ele baseado nas estatísticas e prêmios recebidos. Nesta segunda-feira, foi eleito o melhor lateral-direito do Campeonato Brasileiro em duas premiações (CBF e Bola de Prata, da ESPN). Já havia sido, pela terceira vez consecutiva, o melhor de sua posição no Campeonato Paulista. Na direita, só dá ele.

Os prêmios, somados aos títulos do Paulista e do Brasileiro pelo Timão, marcam 2017 como um ano perfeito para o jogador, que já havia levado o Nacional em 2015. Mas para quem acha que está bom, o lateral direito espera manter a pegada para conquistar ainda mais títulos em 2018. O Super Fagner tem fome de taça.

“O que falta são mais títulos. O jogador tem de ter essa ambição, de querer sempre mais. Um clube grande como o Corinthians, cada vez que você ganha, vai deixando seu nome na história. É isso que quero e projeto nos próximos anos”, analisou Fagner, em entrevista exclusiva ao LANCE!.

Os próximos anos devem ser mesmo no Corinthians, já que o lateral direito já acertou verbalmente a extensão de contrato por quatro anos. Só falta assinar, o que ele fará quando voltar de férias em janeiro. Enquanto isso, é comemorar as conquistas coletivas e individuais.

“Fico feliz por conquistar os objetivos em equipe, o mais importante. Em consequência disso, feliz de poder estar entre os melhores ou o melhor da posição. É a consolidação de um trabalho. Um ano perfeito, de você poder ter um desfecho do ano com título brasileiro e sendo o melhor da posição. Perfeito”, afirmou o lateral.

O Super Fagner também tem fome de bola. Mesmo sendo considerado maldoso por alguns adversários e, mais uma vez o lateral termina o ano com mais de 50 jogos pelo clube – fez 56. Esse número se mantém desde 2014, fazendo do camisa 23 um dos atletas que mais atuaram no período. Desde que o lateral retornou, o Timão disputou 275 jogos, 219 com participação de Fagner (54, 51, 58 e 56). Ele se aproxima até do goleiro Cássio, que fez 227 partidas. O lateral também fez quatro jogos pela Seleção Brasileira este ano, período no qual desfalcou o time de Fábio Carille.

Criado na base do Corinthians, Fagner se consolida como um dos mais experientes do grupo. Com 226 jogos disputados e sete gols, fica atrás apenas de Danilo (338 em oito temporadas) e Cássio (319). Está à frente dos experientes Jadson (151) e até de Jô, mesmo somadas as duas passagens do artilheiro (179 jogos).

A assiduidade é a união de dois fatores. Primeiro, a regularidade técnica, refletida nos títulos individuais e posição no time. Desde o título brasileiro de 2015, Fagner é o único que nunca perdeu a posição. Mesmo Cássio chegou a ficar na reserva de Walter ano passado, e Jadson foi para o banco nas últimas rodadas do Brasileirão deste ano. Segundo, a preparação. Desde a virada de 2014 para 2015, quando se apresentou com condições abaixo do que considerava ideal, o lateral passou a ter uma programação diferente no período de férias. Nada de abusar na alimentação e muito academia.

“Fico feliz por essa sequência, de poder cada vez mais me firmar. Tem de pensar em se firmar cada vez mais, A gente sabe que o futebol é muito corrido, dinâmico, sabemos que nunca está bom. Eu me cobro muito, sou muito exigente comigo mesmo, e acho que é por isso. E agora vou me cuidar para voltar em um ritmo bom”, afirma.

Faminto, o Super Fagner agora vai descansar com a certeza de que 2017 foi perfeito e que em 2018 lá estará ele na lateral do Timão. Resta saber se também estará na Rússia…

Confira abaixo um bate-papo com o lateral do Corinthians:

Foi melhor no título brasileiro de 2015 ou de 2017?
Os dois anos foram maravilhosos. O problema em 2015 é que na reta final tive uma lesão, perdi alguns jogos. Esse ano foi espetacular, sem lesão, onde eu pude atuar bastante vezes. Gratificante, você em quatro anos de Corinthians poder fazer mais de 50 jogos por temporada, média de 50 jogos. Trabalho de se cuidar, ter cuidado extracampo também para estar sempre bem.

Como é este trabalho extracampo?
Dia a dia. Você se conhecer, conhecer seu corpo, aprimorar alguma coisa para não ter problema. Hoje em dia o futebol, como está tão dinâmico, intenso, é preciso ter os cuidados. Isso é bom para ter uma carreira mais longa.

Esses números são uma resposta para quem critica sua presença na seleção?
De certa forma, sim, né? Fazer um ano como fizemos esse ano, nos últimos três campeonatos paulistas, fui o melhor da posição três vezes. Agora no Brasileiro sou o melhor da posição. De certa forma é uma resposta para quem achou que não tinha capacidade para a Seleção, de certa forma as pessoas estão vendo o trabalho.

Como foi usar a faixa de capitão no jogo do título brasileiro e passá-la ao Danilo depois?
Para mim, me senti privilegiado por vestir a camisa do Corinthians em disputa de título. E ter a confiança do Carille para ser o capitão, como em outras oportunidades. Eu me sinto privilegiado. Quando houve o terceiro gol e teve a paralisação, Léo Príncipe comentou comigo que o Danilo iria entrar, então achei o mais justo essa homenagem

Essa sua presença constante nas listas dos melhores também não denota uma escassez de laterais no Brasil?
Sinceramente, não sei avaliar. Acredito que o futebol brasileiro precisa ter os conceitos da posição. Muitas vezes, o lateral é eficiente quando vai pra frente e faz gols. E às vezes ele vai muito bem defensivamente e não é reconhecido. Precisamos parar e pensar se realmente existe essa escassez. A primeira função do lateral sempre foi defender e a partir daí apoiar lá na frente. Então revendo esses conceitos da posição, tenho certeza de que vamos ver que temos ainda bastante lateral e bastante para surgir. Com o Tite na Seleção, que é um cara que prioriza muito a parte tática, conceitos de linha de quatro, tenho certeza de que ele avalia muito isso na hora de fazer uma convocação.

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