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Antonio Gaudério/Folhapress
Parreira treinou o Corinthians durante toda temporada 2002
Dois títulos em três dias deram ao Corinthians de Carlos Alberto Parreira o status de melhor time do Brasil em maio de 2002. Quinze anos depois de conquistar a Copa do Brasil e o Torneio Rio-SP com o clube paulista, o ex-treinador voltou a se render à equipe montada no começo daquela temporada.
Em entrevista ao UOL Esporte, Parreira voltou a falar que o Corinthians era dono do melhor lado esquerdo do mundo – à época, o lateral Kléber, o meia Ricardinho e o atacante Gil atuavam pelo setor. “Era e eu continuo afirmando isso hoje. Ter os três jogadores que nós tínhamos, eram jogadores fora de série”, disse.
O técnico admitiu ainda que o trabalho à frente do Corinthians – o time chegou também à final do Campeonato Brasileiro no fim do ano – o credenciou a voltar à seleção brasileira. Parreira assumiu a equipe brasileira no começo de 2003 e comandou o Brasil na Copa do Mundo da Alemanha, em 2006.
No Corinthians, Parreira venceu a Copa do Brasil após um empate por 1 a 1 com o Brasiliense fora de casa – antes, no Morumbi, venceu por 2 a 1. No Rio-SP, superou o São Paulo na final.
CORINTHIANS DE 2002 O LEVOU À SELEÇÃO
“Eu fui para a seleção por causa do Corinthians, porque chegou ao final do ano e a seleção brasileira estava sem treinador. Nas pesquisas de opinião pública o meu nome saiu disparado, então foi natural. E eu nem queria, eu já tinha sido convidado antes e eu não queria mais voltar à seleção brasileira. Mas aí um dia me pegaram nas férias. O Ricardo Teixeira, o Marco Antônio Teixeira, secretário do Zagallo e o Américo Faria. Ficamos 5 horas falando de seleção brasileira.”
PASSAGEM PELO CLUBE TRAZ SAUDADE
“Eu tive alguns momentos bons na minha carreira. Este ano no Corinthians foi maravilhoso, eu me identifiquei muito com a torcida do Corinthians e até hoje, quando eu olho na televisão, vejo e falo: ‘que legal que eu já passei por aquilo ali, conheço e sei como é bom estar ali’.”
DOIS TÍTULOS EM TRÊS DIAS
“O time estava pronto. Outra vantagem é que a gente manteve o time jogando. Eu não fiquei trocando jogadores. Isso aí é muito importante. Mantive o time jogando o ano todo e os caras diziam que tinha que mudar. Eu fiquei até o final e eu acho que eu estava certo. Chegamos nas finais de todas as competições.”
MELHOR LADO ESQUERDO DO MUNDO?
“Era e eu continuo afirmando isso hoje. Ter os três jogadores que nós tínhamos, eram jogadores fora de série. O Kleber embora não tem tido uma carreira longa na seleção brasileira, mas era jogador de nível de seleção brasileira, o Ricardinho jogou na seleção e foi campeão. O Gil também era um jogador diferenciado teve lá uma temporada comigo maravilhosa. Eram os três jogadores canhotos e jogavam muito bem. É para mim um dos melhores trios do lado esquerdo do futebol mundial sem dúvida alguma.”
GOSTO AMARGO NO BRASILEIRO
“Faltou, seria chave de ouro terminar o ano ganhando o brasileiro, as três competições. O jogo final chegou a ficar 2 x 1, mas nós chegamos muito desgastados. O time do Santos era muito jovem, com Diego e Robinho. A gente depois daquele esforço (2 x 1) no segundo tempo deu uma caída. Eu me lembro que a gente estava jogando seguidamente, mas valeu tudo a pena no Corinthians.”
TOQUE DE BOLA
“Às vezes falam: o Parreira não sei o que lá, o Parreira de 94, do Mauro Silva, Dunga. Mas tudo isso é momento. Se você olhar o time do Corinthians, é importante ressaltar a gente não tinha lobby, o Corinthians não tinha um 9, um jogador de área, era Deivid, Leandro e Gil. Não tinha um 9 de oficio e as coisas saiam. Não tinha um volante de oficio, era o Fabrício, que era um meia, Vampeta e Ricardinho. Com esses jogadores de meio-campo, com os laterais que a gente tinha, Kleber e Rogério, aquele Corinthians só podia jogar desse jeito: tocando a bola. O time usou o momento, aproveitando as características dos jogadores. Realmente o time tocava muito bem a bola, foi uma época muito boa.”
PERFIL CORINTHIANS?