Promotor lamenta dívida por Arena do Corinthians: ‘Temo que o time acabe’

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Com pouco mais de um ano de inaugurado, o estádio do Corinthians aparece como esperança de arrecadação, mas também traz uma conta a ser paga de aproximadamente R$ 1 bilhão, e ainda sofre questionamentos do Ministério Público devido aos incentivos para construção.

Autor da ação contra o Corinthians e a Prefeitura de São Paulo, o promotor Marcelo Camargo Milani entende que houve uma transferência irregular de recursos públicos para uma atividade privada, por conta da isenção do pagamento de ISS na obra e pelo incentivo dado com a liberação dos CIDs (Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento).

– Você fez um fundo imobiliário. Para você ter o estádio você precisa comprá-lo. Como é que você vai comprar? Parte do estádio, não é só o financiamento. Tem que comercializar esses títulos. Quem vai comprar um título que está sob demanda judicial e pode ser anulado (…) Eu vejo isso como uma coisa terrível para o time. Eu temo que o time acabe por causa disso. Ele não tem dinheiro para pagar isso. Ele não é dono do estádio e tem uma dívida astronômica – afirma.

A ação envolve o ex-prefeito Gilberto Kassab, o Corinthians, a construtora Odebrecht, a Arena Fundo de Investimento Imobiliário e a BRL Trust (distribuidora de títulos e valores mobiliários). O promotor solicita uma multa de R$ 1,74 bilhão pelas irregularidades.

Andrés Sanchez, ex-presidente e atual superintendente do clube, defende o projeto, que chama de “formidável fonte de receitas” chama de hipócritas aqueles que consideravam a Arena um mau negócio e lembra quando diziam que o estádio sairia de graça.

“O estádio custou R$ 985 milhões. Você coloca um pouco de juros e vai dar R$ 1 bi, R$ 1,100 bi. Então é isso que o Corinthians deve. O Corinthians não, o projeto Arena (…) Eu fico chateado com esses hipócritas que acham que foi um mau negócio, porque uma arena hoje é uma receita para o clube formidável. É óbvio que o Corinthians não está tendo essa renda ainda porque tem que pagar o estádio. Apesar de muita gente no começo dizer que era de graça. E agora estão preocupados se nós vamos pagar ou não”, disse.

Além dos problemas envolvendo o estádio, o Corinthians teve sua dívida aumentada em 82%. O montante saiu de R$ 177 milhões, em 2012, para R$ 313 milhões, em 2014. Para Emerson Piovenazi, diretor financeiro do clube, o ano será de dificuldades, mas acredita em recuperação a partir de 2016.

“Isso forma um bola. E é isso que nós temos que administrar agora e estamos buscando uma solução para podemos readequar essa nova realidade que o Corinthians está vivendo e resolver esse problema (…) Não é esse o fator. O fator é que coincidiu uma série de ações que foram feitas e que não teve como honra isso tudo em um mesmo momento que precisava (…) Até o final deste ano vai passar apertado. Mas a partir do ano que vem, com todas as ações que estão sendo tomadas a gente vai recuperar todo esse tempo e vamos viver uma vida mais legal, mais tranquila e mais controlável com uma gestão fácil”, disse.

Após ser palco da abertura da Copa de 2014, o estádio do Corinthians também receberá 10 partidas dos Jogos Olímpicos de 2016, entre elas uma semifinal no masculino e a disputa do bronze no feminino.

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