Queda corintiana passa por mau momento do meio-campo, que sofre para criar

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  • Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians

    Maycon e Jadson na cobrança de falta: meio-campo em queda de produção

    Maycon e Jadson na cobrança de falta: meio-campo em queda de produção

Assunto debatido no Corinthians desde a formação da equipe durante o Campeonato Paulista, a dificuldade em criar voltou à tona no primeiro momento de irregularidade nos resultados dentro de 2017. Com a responsabilidade de líder do Brasileirão e melhor turno da história dos pontos corridos, o time acumula quatro jogos sem conseguir produzir ofensivamente e, também por consequência disso, sofreu três derrotas. 

Entre os piores times do returno da Série A dentro desse recorte de apenas quatro jogos, o Corinthians só conseguiu marcar um gol, nos acréscimos diante da Chapecoense. Essa dificuldade em criar, explicitada nos jogos recentes, coincide com o desempenho abaixo do normal do quarteto de meio-campistas de origem que formam a equipe de Carille: Gabriel, Maycon, Jadson e Rodriguinho.

No último domingo, em clássico contra o Santos, a situação foi flagrante. Em 90 minutos, o Corinthians só acertou quatro finalizações no gol defendido por Vanderlei, e apenas uma delas realmente apresentou perigo, concluída pelo centroavante Jô. A dificuldade em criar foi bem aproveitada pelo time da casa, que explorou os contragolpes para matar o rival na Vila Belmiro com gols de Ricardo Oliveira e Lucas Lima, em dois lances gerados pela velocidade de Bruno Henrique. 

Depois do clássico, o treinador Fábio Carille, como de costume, evitou comentários individualizados. Mas, de certa maneira, criticou a tomada de decisão de seus jogadores em relação aos gols do Santos. O primeiro surgiu de uma bola perdida por Rodriguinho na frente. O segundo, por sua vez, em um erro de passe do meia Jadson, já nos acréscimos. 

“É importantíssimo taticamente a equipe estar bem, e individualmente [também]. Muitos técnicos falam que toda a responsabilidade é do técnico, e eu vejo como 50%. Na hora do jogo, a bola está no pé do jogador, e a decisão de fazer o melhor é dele. E muitas vezes não faz”, declarou Carille nos vestiários da Vila.

“O Jadson [aberto à direita] ainda está em um processo de retomada pelo tempo que ficou fora. Rodriguinho [centralizado] foi muito bem marcado, mas procurou se movimentar, tabelar. A gente sabe que pode ser mais e vai ser”, disse ainda Carille sobre a dupla de armadores. Na última semana, o UOL Esporte mostrou que recuperar os dois jogadores para o clássico era um dos desafios no período sem partidas do Brasileirão. 

A bola está com os volantes. E agora?

Vinnicius Silva/Raw Image/Estadão Conteúdo

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A dificuldade do Corinthians em lidar com a posse de bola foi tema dos analistas do UOL em suas publicações nos últimos dois dias, como no blog de André Rocha e também na coluna de Paulo Vinícius Coelho, o PVC, na Folha de S. Paulo. O fato de ter dois volantes mais adeptos a um jogo de recuperação de bola e infiltração está ligado a esse problema enfrentado pelo time de Carille. 

Na Vila Belmiro, pelo quarto jogo seguido, Gabriel começou como volante, mas não terminou. Quase sempre competente na recuperação de bolas, ele já tinha cartão amarelo e foi o primeiro nome a ser substituído pelo treinador, que outra vez apostou em Camacho para qualificar o passe no setor. Essa troca frequente, que deixa Maycon normalmente mais recuado, foi a aposta de Carille para mudar o panorama.

Já o companheiro de Gabriel, reconhecido pela regularidade como sua principal marca, está entre os jogadores com queda de produção mais clara. Sem espaços para atacar no jogo da Vila, como em outros duelos em que o Corinthians se fechou à defesa e preferiu contra-atacar, Maycon passou a encontrar mais dificuldades em campo.

A avaliação do estafe do jovem é que ele rende melhor quando recebe bolas na frente em lançamentos e triangulações, o que pouco ocorreu na Vila e nos jogos recentes contra defesas mais fechadas. Nas modificações que fez diante do Santos, Carille inicialmente deixou o Maycon como o primeiro volante. Depois, por câimbras de Marciel, o reposicionou na lateral esquerda.    

Até mesmo a marcação implacável, uma característica marcante de Maycon, se mostrou abaixo no clássico que teve Lucas Lima como melhor jogador em campo. Em um instante de desconcentração, o volante corintiano permitiu que o camisa 10 rival se antecipasse para, no rebote de um corte de Pablo, abrir o marcador. 

Os dois reservas de alta cotação com o chefe

Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians

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Camacho disputa vaga de Gabriel, suspenso

Gabriel deverá ser mantido por Carille para o jogo com o Racing-ARG, nesta quarta-feira, pela Copa Sul-Americana. Para o fim de semana diante do Vasco, porém, está suspenso, o que abre um leque de duas opções para o treinador. Se a escolha for mais conservadora, Fábio irá optar por Paulo Roberto. Mas, contra um rival do qual se espera uma postura mais defensiva em Itaquera, outro nome ganha chances. 

Nome mais acionado pelo treinador no banco de reservas, Camacho tem exercido a função de segundo volante em alguns momentos e até de primeiro em outros. Fábio Carille avalia que ele tem características de armador, o que ajuda a abrir espaços no setor ofensivo. 

Se quiser mudar mais à frente em algum momento, o jogador preferido de Carille no banco de reservas é Marquinhos Gabriel, concorrente direto de Rodriguinho e Jadson no time titular. O meia fez bons jogos no Campeonato Brasileiro é a grande aposta do treinador para os próximos meses, mas quase sempre esbarra na questão física. 

Mesmo com duas semanas sem partidas, Marquinhos foi submetido a um programa de fortalecimento muscular e perdeu o clássico na Vila Belmiro – ele tem chances pequenas de ser relacionado para o jogo com o Racing. A prioridade da comissão técnica é colocar o meia, considerado um jogador bastante criativo, em condições de pegar o Vasco no domingo. 

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