Rachado e sem grana, Corinthians USA leva 24 gols em dois jogos

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    Corinthians USA disputa a National Premier Soccer League, espécie de quarta divisão

    Corinthians USA disputa a National Premier Soccer League, espécie de quarta divisão

Enquanto o Corinthians mais famoso realiza, até aqui, uma das melhores temporadas de sua história, a versão americana vive momento completamente oposto. Nos Estados Unidos, a temporada 2017 é marcada por dificuldades fora de campo e vexames, dos grandes, dentro das quatro linhas. 

Há um ponto fundamental no que diz respeito ao Sport Club Corinthians USA: ele não possui qualquer ligação jurídica ou institucional com o Sport Club Corinthians Paulista. As partes chegaram a formalizar parceria, durante a administração Mário Gobbi, para franquia de escolinhas e intercâmbio nas divisões de base, mas o projeto não deslanchou e foi interrompido em 2015. Ainda assim, a “versão americana” do clube alvinegro segue usando o nome histórico. 

Em 16 jogos pela North Premier Soccer League (NPSL), espécie de quarta divisão do país, teve quatro empates e 12 derrotas. O time vem de goleadas marcantes nos últimos compromissos: perdeu 13 a 0 no fim de semana retrasado e 11 a 0 no sábado passado. De 94 equipes que disputam a competição, tem a 92ª campanha. 

Proprietário culpa sociedade fracassada para a fase difícil

Arquivo Pessoal

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Josias Batista (à direita) com Palhinha (também de boné), ex-treinador do Corinthians USA

Idealizador e proprietário do Corinthians USA, o empresário Josias Batista define os resultados recentes da equipe como “ridículos”, o que coincide com a mudança para a NPSL em 2016. Ele responsabiliza a sociedade com o empresário Márcio Granada como a razão para os fracassos – foi a partir daí que o clube trocou de liga. 

“Na minha gestão, durante três anos e meio, com o Palhinha como técnico, só tivemos bons resultados. Só que no ano passado passei a gestão para uma pessoa chamada Márcio Granada, que ficou quatro meses e destruiu o clube. O trabalho que Márcio fez nos fechou as portas do consulado americano”, reclama Josias.

Ele explica à reportagem que vendeu 30% das ações do clube à Márcio Granada, apresentado a ele por Macedo, ex-jogador do São Paulo nos anos 1990. Caberia ao agente selecionar jogadores e montar uma equipe. “Eu não averiguei, vendi os 30% por uma entrada e pagamentos. Ele só detonou o clube e o contrato foi quebrado em quatro meses, por falta de pagamento. A gente não tinha time para o campeonato porque o Márcio levou os jogadores embora”, acusa Josias.

Depois de um campeonato com dificuldades em 2016, com apenas três pontos em 36 disputados, o Corinthians USA esperava se reerguer ao se associar com o agente Jaílton Lopes, que sucedeu Márcio Granada na gestão. O novo parceiro buscou jovens jogadores no Brasil, mas esbarrou no veto do consulado dos Estados Unidos para vistos de trabalho. A solução tem sido improvisar com jogadores locais – alguns jovens, outros amadores. 

De acordo com profissionais que trabalharam no Corinthians USA durante os dois períodos, diversos problemas cresceram a partir da chegada de Granada. Funcionários chegaram a ir à Justiça para receber salários atrasados, um cenário que Josias e Jaílton ainda tentam normalizar. “Enfrentamos dificuldades hoje porque eu não coloco mais dinheiro. Coloquei, durante três anos, US$ 2,5 milhões”, diz o proprietário.

Empresário se defende de acusações e enfrenta mais problemas nos EUA

Arquivo Pessoal

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Granada geriu Corinthians USA por quatro meses

À reportagem, Márcio Granada justifica as acusações que sofre de Josias Batista. De acordo com o agente, desavenças com o proprietário e dificuldades financeiras que não foram apresentadas no fechamento do negócio ocasionaram sua saída após quatro meses no Corinthians americano.

“Nos foi vendido um clube que poderia ganhar o mundo. Mas, depois de assinado o contrato, percebemos que não estavam bem financeiramente, estávamos devendo impostos. Eles viviam de mensalidades pagas por alunos da escolinha de futebol e esses valores não foram nunca repassados para nós”, reclamou. 

“Em nosso caminho fomos conhecendo diversas pessoas que haviam perdido muito dinheiro com Josias. E soubemos que o Corinthians USA sequer existia como era comentado para nós. Certo é que perdi dinheiro, porém aprendi a não confiar na palavra. E já que não havia mais confiança, não tinha razão de se existir a sociedade”, justificou ainda Granada.

Recentemente, o empresário foi retratado em reportagem do Sportv, acusado por jovens iludidos a se mudarem aos Estados Unidos e jogar no Las Vegas United. Granada teria abandonado a equipe e os jogadores levados por ele chegaram a sofrer com ações de despejo, entre outros problemas.

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