Só organizadas do Corinthians seguem proibidas de portar faixas e bateria

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  • Nelson Almeida/AFP

    Torcidas do Corinthians estão proibidas de frequentar estádio pela Justiça do Rio

    Torcidas do Corinthians estão proibidas de frequentar estádio pela Justiça do Rio

As torcidas organizadas de São Paulo, que estavam punidas pelo Ministério Público e pela polícia, foram liberadas de levar seus instrumentos musicais, bandeirões e faixas aos estádios paulistas. A medida atinge as principais torcidas de Santos, São Paulo e Palmeiras e vale imediatamente. Apenas as agremiações corintianas, como a Gaviões da Fiel, a Camisa 12, a Corigão Chopp e Pavilhão 9, continuam vetadas.

O motivo é uma decisão liminar da Justiça do Rio que as proíbe de frequentar qualquer estádio brasileiro desde que essas torcidas se envolveram em uma confusão no Maracanã em 2016, em partida contra o Flamengo. Em contato com a reportagem, a direção da Gaviões disse que vai tentar resolver suas pendências no Rio para voltar a negociar a liberação de seu material em São Paulo.

Camisetas e adereços que identifiquem os torcedores como membros das organizadas, porém, continuam vetadas. A decisão foi tomada em uma reunião nesta terça-feira (1) na sede do batalhão de choque da Polícia Militar.

Cada torcida vai poder levar um bandeirão, uma faixa e sete instrumentos musicais. A liberação vale para quando as torcidas estiverem como locais e nunca como visitantes. Se a Mancha Alviverde for em um jogo contra a Ponte Preta em Campinas, por exemplo, ela não poderá levar faixas, bandeirão e instrumentos, mas a torcida da Ponte sim.

Ao todo, o acordo tem 15 itens que devem ser seguidos pelas torcidas, sob pena de novas punições. Entre os itens está a proibição de sinalizadores e lasers, além da obrigação de manter um cadastro atualizado semestralmente com o nome dos associados e responsáveis pela organizada.

Segundo o entendimento da PM, as agremiações têm se comportado relativamente bem. Se elas seguirem assim, a tendência é que novos itens sejam liberados, disse a corporação.

As organizadas comemoraram o afrouxamento da proibição, que tinha sido imposta por episódios de violência protagonizados por torcedores.

“Agora eles vão ficar de olho no comportamento para avaliar se a liberação permanece ou volta a proibição”, disse Henrique Gomes, o Baby, presidente da Independente. “A partir de quinta [jogo contra o Coritiba], já vamos começar a fazer nossa festa fora do estádio, com sinalizadores. Mas dentro da arquibancada laranja, a Independente abomina o sinalizador já há dois anos.”

Corintianos não concordam e dizem que vão “resolver pendências”

A direção da Gaviões da Fiel disse que está trabalhando para também ter seus instumentos e adereços liberados. Rodrigo Lopes, o Diguinho, presidente da agremiação, disse que já entrou com um mandado de segurança para que a Justiça do Rio reveja a decisão que puniu as organizadas alvinegras em todo o Brasil.

A multa para quem desrespeitar essa decisão é de R$ 20 mil para cada membro da organizada flagrado dentro de um estádio. O presidente também afirmou que a torcida discorda de outros pontos do acordo feito entre Ministério Público, polícia e torcidas.

“No acordo, a torcida visitante não vai poder ter sua faixa e seu instrumento, a gente é contra isso”, disse Diguinho. “E como as camisetas não foram liberadas, os torcedores ficam sem identificação. Como a gente vai controlar a arquibancada?”

Veja nota oficial da Gaviões da Fiel

Na manhã desta terça-feira (1), os Gaviões da Fiel estiveram presente na reunião com o 2º Batalhão da Polícia de Choque para tratar da liberação dos instrumentos e materiais das Torcidas Organizadas nos estádios do estado de São Paulo e formalizar, por meio de um Termo de Compromisso, as responsabilidades de ambos os lados.

Entretanto, fomos notificados no início da reunião que o Ministério Público de São Paulo acatou a decisão judicial do Rio de Janeiro a respeito da punição estabelecida às Torcidas até que seja julgada a ação civil pública ajuizada pelo MP-RJ. Sobre esta liminar, o jurídico dos Gaviões da Fiel já entrou com pedido de recurso e, nesse momento, aguarda a resposta da Justiça nas próximas semanas.

De qualquer forma, esclarecemos que os Gaviões da Fiel não assinaram o documento porque iremos resolver a pendência no RJ e também por não concordar com alguns pontos do documento que, na nossa avaliação, precisam ser discutidos com mais profundidade, como o Plano Preventivo de Segurança; a proibição de torcidas visitantes; e a análise individual das proibições/punições generalizadas às entidades e seus sócios.

Deixamos claro que gostaríamos de contribuir de fato com as medidas que garantam a segurança de torcedores ao mesmo tempo em que não se limite o direito de fazer a festa nas arquibancadas. Continuaremos na luta pelo nosso direito de torcer e adentrar nos estádios brasileiros com nossos instrumentos, faixas e materiais.

Os Gaviões da Fiel desejam a volta da festa, da alegria e da paz nos estádios. Acreditamos que quanto mais festa, mais bandeiras, mais cânticos e mais instrumentos, a violência deixará de existir no futebol. Acreditamos que sem proibições teremos mais alegria e festa nos estádios, pois foi assim que fizemos durante esses 48 anos de existência nas arquibancadas.

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