Sucesso de Arana vira modelo para Corinthians reduzir compras de promessas

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  • Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians

    Arana e Maycon, dupla com longa passagem pela base do clube e titular no profissional

    Arana e Maycon, dupla com longa passagem pela base do clube e titular no profissional

Foi em 2005, quando tinha apenas oito anos de idade, que o hoje destaque Guilherme Arana desembarcou no Parque São Jorge. Ele foi levado ao clube pelo já então amigo Mantuan, hoje membro do elenco profissional do Corinthians, mas não poderia imaginar que a trajetória por todas as categorias da base fosse virar espécie de modelo para o setor no clube. 

Nas últimas temporadas, os jogadores jovens corintianos que vingam entre os adultos, de modo geral, não são aqueles contratados dentro dos juvenis e juniores, categorias mais próximas do profissional. São, quase sempre, aqueles que chegaram ao Parque São Jorge ainda na infância e pré-adolescência e foram formados ao longo dos anos. Arana é o maior exemplo, mas não é o único: Marquinhos (PSG), Malcom (Bordeaux), Léo Jabá (Rússia) e ainda Léo Santos, Maycon e Pedrinho fizeram todo o ciclo a partir dos 13 anos pelo Corinthians. 

Mesmo com esse roteiro de maior sucesso, a base, desde a gestão Mário Gobbi, se especializou por agregar muitos reforços ao elenco Sub-20, uma metodologia contrária à que apresenta os melhores resultados. Desde fevereiro, por exemplo, aproximadamente um time de novos jogadores foi incorporada. Nos últimos dias, quatro reforços chegaram já de olho na Copa São Paulo 2018: João Pedro e Guilherme Borges (atacante e volante ex-Atlético-GO), Paulo Bessa (atacante ex-Paraná Clube) e Luís Henrique (atacante ex-Fortaleza).  

“Quando se trabalha na base, a permanência de um atleta por um longo tempo é uma batalha”, define Osmar Loss, hoje auxiliar dos profissionais e ex-treinador do Sub-20. “Pelo farto produto de jogadores no Brasil, se troca muitos de uma hora para outra. Depois de quatro ou cinco jogos ruins, há a troca e se escolhe quem chegou com 16 ou 17 anos. O trabalho é sólido desde baixo e as representações [Maycon, Arana, etc] mostram que o trabalho desde os 12 anos é bom”, comenta ao UOL Esporte

Quem são os novos reforços e por que foram adquiridos

Divulgação/Atlético-GO

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João Pedro, atacante do Atlético-GO, chegou ao Corinthians recentemente

Gerente do departamento amador, o ex-goleiro Yamada acredita que a presença de mais de um time de atletas da base nos profissionais é que forçou a contratação de tantos nomes para o sub-20 neste ano. 

“Pegamos uma situação delicada no sentido de que subiram muitos jogadores pós-Copa São Paulo e o sub-20 ficou desfigurado. Temos uma geração muito boa de jogadores promovidos do Sub-17, mas ainda sem maturação suficiente de performar. O time sofreu nas competições nacionais e ficou uma lacuna. A preocupação é de manter o nível alto de competitividade no sub-20, mas o que vai dar fruto mesmo é a continuidade do sub-13 e 14 daqui cinco ou seis anos. Historicamente quem dá certo é quem chegou na idade”, concorda Yamada, em entrevista ao UOL Esporte.

Segundo o gerente da base, as aquisições de atletas para o Sub-20 têm sido feitas com a participação do departamento profissional na escolha dos reforços. “Não teve custo nenhum no primeiro momento [com os jogadores que chegaram]. São apostas e tivemos critérios para buscar. Consultei bastante os clubes, os treinadores e tivemos cautela, contratamos na característica”. 

Dois atletas, em especial, já tinham experiência de profissional e saltam à frente na categoria. O atacante João Pedro, 19 anos, defendia o Atlético-GO e anotou quatro gols no último Campeonato Goiano. Ele chegou a ter a contratação encaminhada pelo São Paulo em troca que envolveria Breno – como o zagueiro preferiu ir ao Vasco, o negócio foi suspenso. João chegou ao Corinthians por empréstimo e, segundo Yamada, por valores acessíveis para uma compra em definitivo. 

Outro nome com maior ‘rodagem’ que deve pintar na próxima Copa São Paulo é Luis Henrique, 18 anos e recentemente contratado do Fortaleza. Ele foi profissionalizado na equipe cearense em 2015 e foi o principal nome do Estadual Sub-20 recente. “Ele tem uma característica muito boa no um contra um, um jogador muito bom”, define Yamada. O contrato de Luis estava próximo no fim, o que permitiu ao Corinthians assinar com o jogador. 

Longo prazo para reverter tendência de contratações

“O melhor dos mundos é captar os jogadores no sub-13 e no sub-14. Quando você vai ao mercado no sub-20, entra em uma dividida porque os outros clubes querem. […] O jogador aqui tem um custo operacional, cada jogador tem um custo médio de R$ 4 mil a 5 mil mensais. Se você conta do Sub-12 ao 20, tem um custo [agregado] e você não tem convicção nenhuma de que ele vai jogar no profissional. Temos que fazer com convicção, independente da estratégia. Investimos no departamento de captação”, diz o gerente. 

Captadores são, dentro da base, os profissionais que vasculham os campeonatos menores atrás de promessas. O Corinthians tem elevado o investimento nesse tipo de trabalho e aumentou de um para sete os funcionários que realizam a busca. “Era o departamento mais deficitário. O ponto chave é atacar aos 13, 14 ou 15 anos. Com 12 anos não, porque não pode alojar os meninos. Então teremos quatro ou cinco anos para colher frutos”, conclui Yamada, atrás de “novos Arana” no futuro do clube. 

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