Timão e Caixa renegociam contrato da arena; entenda o que pode mudar

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O Corinthians espera anunciar ainda nesta semana um pacote de alterações no contrato com a Caixa Econômica Federal pelo financiamento das obras da arena. Com dificuldades para pagar as parcelas de R$ 5,7 milhões mensais, o Timão tenta reduzir o valor, esticar o prazo de pagamento e ganhar mais autonomia na administração do estádio.

De acordo com a diretoria financeira do clube, o acordo será assinado até o fim da semana. O novo prazo de pagamento será de 20 anos. O vencimento atual era até 2028.

As principais alterações propostas pelo Corinthians são:

– Prorrogação do prazo de pagamento de 12 anos para 20 anos.
– Pagamento de metade da parcela mensal: de R$ 5,7 para cerca de R$ 3 milhões
– Mais poder na administração do estádio, interferindo nos preços dos ingressos, propriedades e serviços. Hoje, isso cabe ao fundo que gere a arena, encabeçado pela Odebrecht.
– Clube passaria a ficar com metade do valor arrecadado com ingressos e outras propriedades. No ano passado, mais de R$ 50 milhões com a comercialização de bilhetes foi direto para o fundo que paga as contas das obras.

O Corinthians está em negociação com a Caixa desde abril, período em que deixou de pagar a parcela integral – o clube diz que segue depositando os juros do contrato, na casa de R$ 3 milhões. A alegação é de que outros estádios da Copa do Mundo tiveram 36 meses de carência, e o Timão apenas 19 meses.

As alterações no contrato são a única solução encontrada pelo Corinthians para conseguir pagar a arena. A direção entende que, nos termos atuais, não terá condições de quitar as obras e ainda prejudicará o andamento das contas do departamento de futebol e do clube social. O clube gasta ainda mais de R$ 2 milhões só com a manutenção do estádio.

Em números atualizados, o Corinthians deve hoje R$ 1,37 bilhão para a Caixa e outros R$ 360 milhões para a Odebrecht, superando R$ 1,7 bilhão no total. O valor pode superar os R$ 2 bilhões até o fim do contrato.

A diretoria do Corinthians usa a possível alteração no contrato como trunfo para amenizar a crise administrativa. O presidente Roberto de Andrade corre o risco de perder o cargo depois de ter assinado documentos ligados à arena antes de vencer a eleição.

Em contato com a reportagem, a Odebrecht informa que não participa das negociações entre a Caixa e o Corinthians. O Fundo BRL, que administra a Arena e tem a Odebrecht Participações e Investimentos (OPI) como principal cotista, não quis comentar o assunto.

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