Timão x Santos: rivalidade centenária sacode semifinais da Libertadores

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É o destino: Corinthians e Santos protagonizarão um dos clássicos paulistas mais importantes da história pela semifinal da Taça Libertadores da América de 2012. Com a vitória do Peixe nos pênaltis sobre o Vélez Sarsfield nesta quinta-feira, o confronto por uma vaga na decisão se confirmou: enquanto os santistas, atuais campeões, lutam pelo tetra da competição continental, os corintianos vão em busca do título inédito, considerado uma obsessão pela torcida.

A rivalidade alvinegra é quase centenária. Começou no dia 26 de julho de 1913, com vitória santista por 6 a 3, e se destacou, desde o início, pelos longos tabus impostos por ambos os lados. Logo no início da história do clássico, o Santos passou seis anos sem perder para o Corinthians (ou seja, até 1919). O maior período de seca imposto pelo Corinthians foi de sete anos (1976 a 1983). Ao contrário do conhecido tabu da era Pelé, na qual o Timão ficou 22 jogos sem vencer o Peixe apenas pelo Campeonato Paulista, a equipe de Parque São Jorge não foi derrotada pelo rival da Baixada em nenhuma competição profissional daquele período.

Na Libertadores deste ano, as campanhas dos rivais na primeira fase foram semelhantes. Ambos avançaram como líderes de seus grupos: o Santos com 13 pontos (quatro vitórias, um empate e uma derrota) e o Corinthians com 14 (quatro vitórias e dois empates). A diferença veio no mata-mata. Tanto nas oitavas quanto nas quartas de final, a equipe do Parque São Jorge se classificou empatando sem gols fora de casa e vencendo no estádio do Pacaembu. Já o time da Baixada perdeu as duas fora de casa (2 a 1 para o Bolívar e 1 a 0 para o Vélez Sarsfield), decidindo a vaga com vitórias no Alçapão da Vila Belmiro.

Inevitavelmente, o destaque inicial do confronto é o duelo entre o eficiente ataque do Peixe e a sólida defesa do Timão: liderado por Neymar, o Santos marcou 22 gols em dez jogos (média de 2,2 por jogo), enquanto o Corinthians foi vazado apenas duas vezes na mesma quantidade de partidas (média de 0,2) e detém a segunda melhor defesa da história da competição, atrás apenas do Junior Barranquilla-COL de 1978, que tomou um gol em seis jogos (média 0,17), mas caiu na primeira fase daquele ano.

Aliás, o time da capital não sofreu nenhum gol jogando como mandante e ainda tem a chance de se sagrar o sexto campeão invicto da história da Libertadores. Peñarol-URU (1960), Santos (1963), Independiente-ARG (1964), Estudiantes-ARG (1969 e 1970) e Boca Juniors-ARG (1978) já conquistaram o feito.

Independentemente do resultado que obtenha contra o Santos, o Corinthians já igualou sua melhor campanha na história da Libertadores. Em 2000, uma das melhores equipes da história alvinegra, com figuras como Marcelinho Carioca, Vampeta, Rincón, Edilson e Luizão, sucumbiu para o arquirrival Palmeiras nos pênaltis, pela segunda vez consecutiva. O campeão seria o Boca Juniors. O roteiro agora é parecido – o Corinthians tem um rival paulista nas semifinais e vê o Boca pintando com força do outro lado da chave.

O histórico geral de confrontos entre Timão e Peixe, independentemente da competição, apresenta larga vantagem para o time do Parque São Jorge. Em 301 jogos, foram 122 vitórias do Corinthians, contra 96 triunfos do Santos, além de 83 empates. O Alvinegro Praiano balançou as redes 471 vezes, contra 555 gols do rival.

O Corinthians tem um retrospecto equilibrado em seus confrontos com outras equipes brasileiras na história desta competição. Em 10 Libertadores, o clube disputou 20 partidas contra outras equipes brasileiras, conseguindo oito vitórias, cinco empates e sete derrotas, com 23 gols marcados e 23 sofridos.Palmeiras (seis vezes), Flamengo (quatro), Internacional, Botafogo, Grêmio, Atlético/MG e Vasco, duas vezes cada, são os brasileiros que já cruzaram o caminho corintiano no torneio.

O Santos, por outro lado, tem um retrospecto negativo em jogos com outras equipes brasileiras na Libertadores. O Peixe enfrentou 10 vezes seus compatriotas dentro da competição, obtendo apenas três vitórias, além de dois empates e cinco derrotas. Em 1963, o Peixe eliminou o Botafogo nas semifinais da competição (1 a 1 e 4 a 0); em 1984, na primeira fase, o Peixe foi goleado duas vezes pelo Flamengo (4 a 1 no Maracanã e 5 a 0 no Morumbi); em 2005, o Santos foi eliminado nas quartas de final, com duas derrotas diante do Atlético-PR (3 a 2 em Curitiba e 2 a 0 na Vila Belmiro).

Enquanto o Timão vem embalado por uma vitória justamente sobre um compatriota, o Vasco, o Peixe não enfrenta adversários brasileiros na competição continental desde 2007. E a lembrança de cinco anos atrás não é nada boa. Também pela fase semifinal, o Santos acabou eliminado pelo Grêmio por conta de um gol marcado fora de casa pelo Tricolor Gaúcho, que venceu por 2 a 0 no Olímpico e perdeu por 3 a 1 na Vila Belmiro.

Embora a Conmebol ainda não confirme as datas oficiais, Corinthians e Santos devem se enfrentar nos dias 13 e 20 de junho.

Reportagem: Globo Esporte

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