Torcedor corinthiano desde os nove anos de idade, quando presenciou a premiação do IV Centenário no Pacaembu, em 1954, Marcio da Souza Ferreira não poderia ficar de fora da conquista inédita do time alvinegro, o Campeonato Brasileiro de 1990.
Para esta oportunidade única, a presença da família e dos amigos é indispensável. Para levar mulher, filha, genro, dois filhos mais novos e os amigos, Marcio recorreu a um carro específico da época.
“Na época, a Kombi era o carro da galera. Para levar a família, mais os amigos, não tinha outro jeito. Como a gente não tinha [a Kombi], pegamos a da empresa, colocamos todo mundo lá dentro e fomos embora para o Morumbi”, lembra.
No primeiro jogo, viu logo que entrou no estádio o gol de Wilson Mano, desviando a bola para o fundo das redes após cobrança de falta do camisa 10 do Timão, Neto. Pelo resto do jogo, confiou nas mãos do goleiro corinthiano, Ronaldo, que garantiu o placar de 1 a 0 para o Corinthians.
“Estávamos ganhando na casa deles e tínhamos um time muito bom, mesmo assim, eles vieram para cima. O que me deixava menos nervoso era saber que o Ronaldo estava no gol. Não havia goleiro como ele, tinha muito reflexo e cobrava tiros de meta como ninguém”, recorda Marcio.
Na partida de volta, o clima de tensão era ainda maior. Precisando da vitória, o São Paulo pressionou desde o começo da partida. Aos nove minutos do segundo tempo, em bela tabela com Fabinho, o craque deu bela caneta dentro da área e deu passe para Fabinho chutar.
“Eu estava atrás do gol. Vi o drible dentro da área e quando o Fabinho chutou, meio que de sola de chuteira, não vi mais nada. Quando o estádio explodiu com o gol achei que tinha sido dele [Fabinho], mas então vi o Tupãzinho vindo em direção a torcida. Foi especial, um momento maravilhosamente gostoso”, se emociona ao lembrar Marcio.