Recordes, recordes e mais recordes.

Depois de escapar da derrota com time misto nos acréscimos na quarta passada (28), um Corinthians praticamente completo mostrou que é o time que dita o ritmo do Campeonato Brasileiro no domingo (02). O triunfo por 1 a 0 sobre o Botafogo, com gol de Jô, permitiu aos corintianos ampliarem a vantagem na liderança e, por consequência, marcas que aumentam semana após semana. Duas delas já têm lugar registrado na história. 

O número mais antigo é sobre o período de invencibilidade: 25 partidas, com 15 vitórias e 10 empates acumulados desde 19 de março. Se trata da quinta maior sequência invicta em toda a história centenária do Corinthians (ver relação completa no final).

Outro número interessante diz respeito à temporada inteira: agora o aproveitamento no ano é de 70,9% dos pontos disputados, o melhor do Brasil, com o Flamengo na cola. 

Mas o número que tem maior importância no momento é sobre o início quase perfeito pelo Brasileirão (ver relação completa no final). Nas últimas rodadas, o Corinthians de Carille disputava esse ‘título’ cabeça a cabeça com o Corinthians de Tite, campeão nacional em 2011. Ao vencer o Botafogo, o time atual chegou a 29 pontos em 11 partidas contra 28 daquela equipe.

Curiosamente, nesta mesma 11ª rodada, o Corinthians perdia sua invencibilidade no Brasileiro de seis anos atrás. Também dentro de casa, mas no Pacaembu contra o Cruzeiro, foi surpreendido por um gol que permanece na memória de muitos corintianos – feito pelo atacante Wallyson, da intermediária, contra o então estreante goleiro Renan, ex-Avaí. Já no último domingo, a equipe de Carille não deixou esse filme se repetir. 

Serenidade para furar a retranca. Serenidade ‘contra’ os recordes

Marcello Zambrana/AGIF

Na medida em que assume uma postura de propor o jogo e ter a bola no pé, um estilo levemente diferente do Paulistão, o Corinthians tem medido forças em Itaquera contra equipes mais defensivas. Jogos recentes contra Santos, São Paulo e Cruzeiro tiveram essa característica. Mas nenhum tão marcante quando o duelo diante do Botafogo de Jair Ventura. 

A vitória construída com gol de Jô, aos 34min do segundo tempo, demorou a se materializar pela dificuldade em achar espaços. Fábio Carille destacou justamente a paciência do time, que enquanto pressionava não concedeu chances ao rival. “Poderia até não ganhar hoje e eu sairia feliz pelo rendimento. Tivemos equilíbrio contra sistema defensivo”, comentou sobre o que pode ser uma tendência ao assumir uma postura de referência na tabela até aqui.

Essa mesma tranquilidade e concentração estão ligadas aos tais recordes. O tema é pouco comentado dentro do Corinthians, justamente porque é assim que o treinador prefere. Uma postura diferente de Tite, que gostava dos números positivos para desafiar os atletas em distintos momentos da temporada. Carille prefere trabalhar sem olhar muito à frente e sem colocar pressão extra – até porque lida com um time cheio de jovens. 

“Não trago nada ao meu grupo que dê mais responsabilidades. Não falei de invencibilidade ao grupo. Falo que é jogo a jogo, peço foco agora. Agora vai ser preparação com a Ponte Preta, é nossa final [sábado, dia 8]. É encarar todos como uma final. Todos os jogos são decisivos e assim é que vamos. É sério, não falo nada. São 25 jogos agora? Não falo. Temos que ganhar da Ponte, não por invencibilidade, mas é jogar bem e fazer por merecer”, declarou.  

As maiores invencibilidades da história corintiana

1º – 1957 (37 jogos)
2º – 1936/37 (31 jogos)
3º – 1956 (29 jogos)
4º – 2015 (26 jogos)
5º – 2017 e 2009 (25 jogos)
6º – 1981/82 (23 jogos)

Os líderes do Brasileirão com 20 clubes após 11 rodadas

2006 – Cruzeiro – 24 pontos
2007 – Botafogo – 24 pontos
2008 – Flamengo – 26 pontos
2009 – Atlético-MG – 24 pontos
2010 – Corinthians – 24 pontos
2011 – Corinthians – 28 pontos
2012 – Atlético-MG – 28 pontos
2013 – Botafogo – 23 pontos
2014 – Cruzeiro – 25 pontos
2015 – Atlético-MG – 23 pontos
2016 – Palmeiras – 22 pontos
2017 – Corinthians – 29 pontos