Em pleito agitado, Corinthians define hoje seu novo presidente

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A eleição com maior número de candidatos do Corinthians ocorre neste sábado, no Parque São Jorge, e decide se o grupo político liderado pelo candidato Andrés Sanchez seguirá no clube por mais três anos. À frente do poder desde o fim de 2007, o deputado federal e empresário tenta voltar ao cargo e concorre com os advogados Felipe Ezabella e Romeu Tuma Júnior, com o jurista Roque Citadini e com o também empresário Paulo Garcia. O pleito passa longe de ser tranquilo.

Marcado por uma série de liminares nas últimas semanas, e que se arrastaram até a véspera da eleição, o pleito confirma uma tendência desde que foi alterado o sistema de formação do Conselho Deliberativo. Do chapão às chapinhas (entenda melhor abaixo), a política do Corinthians se fragmentou e deu margem para vários subgrupos. A consequência foi um clima quente nos bastidores a partir de medida do presidente Roberto de Andrade.

No fim de novembro, ele anunciou promoção relâmpago para sócios com títulos irregulares colocarem títulos em dia e participarem das eleições. Oriundo da situação, Roberto gerou a partir disso uma corrida entre alguns dos candidatos para conquistarem potenciais eleitores. Sanchez, situação, e Citadini, oposição, foram acusados de participar do processo de saldar dívidas de associados inadimplentes, mas negaram. Já Paulo Garcia confirmou ter emprestado o próprio cartão de crédito para fazer pagamentos.

Garcia volta a tentar presidir Corinthians

Sob muita pressão dos grupos políticos, e amparada pelo estatuto do clube, a Comissão Eleitoral do Corinthians vetou o direito a voto de todos que tiveram direito à promoção, um contingente de mais de 800 pessoas. E impugnou, por conta disso, a candidatura de Garcia. Foi só com uma liminar, obtida em primeira instância, que o dono da Kalunga assegurou participação.

Paulo, porém, não foi o único candidato que teve que ir à justiça. Sanchez, na véspera da eleição, foi alvo de uma liminar do adversário Romeu Tuma Júnior, que objetivava impedir sua participação no pleito. Na mesma tarde, Andrés conseguiu êxito e se garantiu. Integrante de sua chapa, o diretor administrativo Eduardo Caggiano só poderá aspirar a uma vaga no Conselho porque também obteve uma liminar.

 

Citadini é candidato da oposição

A exemplo de Garcia, o oposicionista Roque Citadini precisou de uma liminar, obtida em segunda instância, para confirmar a presença na eleição. No caso dele, o fato de ser membro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, em teoria, bloqueava o direito de concorrer ao cargo máximo no Corinthians. A justiça entendeu que Roque poderia participar, mas não deu garantias de que pode assumir o cargo em caso de vitória e se manter no Tribunal.

À reportagem, Citadini declarou que assumirá o Corinthians e fará o que for preciso segundo a lei. “Se eu vencer, assumirei de acordo com a lei. Se eu tiver que me aposentar, me aposento. Se eu tiver que me afastar, me afasto. Direito a licença eu tenho”, citou.

“O problema é que é uma questão que não tem decisão do judiciário especificamente sobre ela. Se a justiça entender, ou me afasto, ou seguramente me aposento. Tenho condições perfeitas de me aposentar”, disse. “Ganhando a eleição, terei que assumir. Não vou criar problema para assumir”, afirmou ainda Citadini.

 

Ezabella e aliados deixaram grupo de Andrés para concorrer

Na eleição de 2015, Citadini, que foi derrotado por Roberto de Andrade, contou com o apoio inesperado de Paulo Garcia na semana da eleição. Desta vez, o dono da Kalunga resolveu se lançar novamente para o cargo e manteve a posição de seguir até o final. Apontado por uma pesquisa do Ibope como líder em intenção de voto entre associados, em empate técnico com Sanchez, é visto como o candidato de maior poder aquisitivo.

Diferentemente de Andrés, Garcia e Citadini, que participaram de outras disputas, os novatos Felipe Ezabella e Romeu Tuma Júnior concorrem à presidência pela primeira vez. Ezabella, bem como grande parte de seu grupo, é dissidente da Renovação & Transparência de Sanchez, Mário Gobbi e Roberto de Andrade. Para muitos, o Corinthians Grande de Felipe participa com um olho em 2018 e outro em 2021, quando a presidência pode ser mais acessível.

Tuma, que tem o discurso mais radical contra as parceiras Nike e Odebrecht, ocupou cargos há duas décadas e chamou a atenção em 2016 por liderar a tentativa de impeachment ao presidente Roberto. Além de também vislumbrar uma ascensão que alcance 2021, ele considera disputar uma vaga como deputado no ano que vem.

Se eleito, Andrés promete deixar cargo de deputado

Eleito deputado federal em 2014 pelo PT, Sanchez assegurou em seu projeto para retornar à presidência do Corinthians que não ocupará dois cargos ao mesmo tempo. Assim, caso eleito, ele se afastará imediatamente de Brasília para administrar o clube ao lado de antigos aliados, como o ex-diretor de futebol Duílio Monteiro Alves, o ex-diretor adjunto Eduardo Ferreira e ainda o atual vice-presidente André Luiz de Oliveira.

Presidente do Corinthians entre 2007 e 2011, e favorito para o pleito deste sábado, Andrés se afastou do presidente Roberto ao longo da administração por divergências de ideias, em cenário semelhante ao que ocorreu com Gobbi no ciclo anterior. Sanchez, nos últimos meses, se posicionou na figura de aglutinador de seu grupo, muito mais fragmentado que em outros tempos, e alegou que não haveria unidade por um outro candidato que não fosse ele.

 

Tuma foi líder na tentativa de impeachment sobre Roberto

 

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