Fábio Santos: ‘Foi muito intenso e melhor do que eu imaginava

PUBLICIDADE

Fábio Santos já está em solo mexicano. O lateral-esquerdo desembarcou na manhã desta quarta-feira para assinar um contrato de dois anos com o Cruz Azul, clube da primeira divisão do país. Uma transferência que o lateral-esquerdo não faria se a situação financeira do Corinthians tivesse melhor. O jogador, que estava no Parque São Jorge desde fevereiro de 2011, tinha contrato até o fim do ano e pretendia cumprir seu vínculo.

No caminho para o aeroporto de Cumbica, na noite de terça-feira, Fábio Santos falou com exclusividade com a reportagem do LANCE!. O camisa 6 relembrou os cinco títulos com a camisa do Corinthians, comentou a relação com a torcida, falou da expectativa de atuar no futebol mexicano e, claro, sobre o motivo que o fez encerrar seu ciclo vitorioso no Parque São Jorge antes mesmo do término do seu contrato. Acompanhe:

Como foi a decisão de acertar a saída do Corinthians?

Quando apareceu a proposta, a gente analisou certinho pelo fato de o meu contrato terminar já no fim deste ano. Aí, eu pedi para o meu empresário esgotar todas as possibilidades de permanência com o Corinthians, que era o meu desejo. Mas o Corinthians passa por um momento complicado e não pôde fazer nenhuma proposta, aí eles deixaram bem aberto para eu aceitar a oferta do futebol mexicano. E foi o que eu fiz.

Por que escolheu o Cruz Azul?

Eu tive outras propostas, mas optei por esta do Cruz Azul por tudo que me falaram do clube e da estrutura. O Edcarlos, que é um amigo desde a infância, jogou lá em 2012 e falou superbem. É um futebol parecido com o nossso, de toque de bola, eles estão abrindo as portas para os brasileiros, foi o (Rafael) Sóbis, o Ronaldinho (Gaúcho), entre outros. Além disso, a cidade (do México) é parecida com São Paulo, de fácil adaptação, tem tudo isso. Eu enfrentei o Cruz Azul na Libertadores de 2012, achei até que eles chegariam mais longe do que chegaram, pois tinham um bom time. Tenho certeza que poderei me dar bem lá como foi no Corinthians.

E o que dizer após cinco temporadas no Parque São Jorge?

Ah, que foi muito, mas muito melhor do que eu esperava. Eu nasci em São Paulo, tinha noção da dimensão que era o Corinthians e o tamanho da responsabilidade de vestir essa camisa, mas conquistar tudo que eu conquistei, sem dúvida, foi especial. Foi tudo muito intenso, muito rápido. Eu me identifiquei com o clube, não tenho a menor dúvida em afirmar que foram os melhores e maiores anos da minha carreira.

Quais as piores e melhores lembranças?

Eu tive mais momentos bons do que ruins. Guardarei para sempre a amizade que fiz com os jogadores, os funcionários do Centro de Treinamentos, com o Mano Menezes, com o professor Tite e sua comissão técnica, enfim, com todos ali dentro. Quando eu cheguei nem hotel tinha, muita coisa inacabaca…e hoje tem uma baita estrutura. Graças a Deus, foi tudo muito marcante. O torcedor cobra mesmo, é exigente. Mas faz parte, é um apaixonado. E a gente entende. Sempre esteve conosco nas boas e nos momentos ruins.

Você ganhou Paulista, Recopa, Brasileiro, Libertadores e Mundial. Qual foi o mais especial?

Eu sempre tenho dificuldade para responder isso, vivo mudando a minha resposta (risos). Já falei que foi um, depois mudei para outro, depois para outro. A Libertadores foi muito especial porque foi inédita, o clube precisava dessa conquista. Mas o Mundial foi mais do que especial pela invasão da torcida no Japão, pela dificuldade que se é vencer um europeu, por tudo que vivemos lá.

E dos 14 gols? Qual mais importante?

Fazer gol em clássico é sempre mais especial, eu fiz quatro. Foram dois contra o São Paulo na Arena e dois contra o Santos no Pacaeembu. Mas o mais bonito, pela jogada linda, foi aquele contra o Criciúma na última rodada do Brasileiro do ano passado, até pelo significado, pela campanha que conseguimos fazer depois de tantas dificuldades.

A lateral esquerda estará com Uendel e Guilherme Arana. O que você pode falar sobre eles?

É difícil fazer tanta amizade com jogadores da sua própria posição, mas isso aconteceu com eles. Com o Arana um pouco menor, até pela idade, por ser mais jovem. Mas são ótimos jogadores, sim. Uendel é inteligente, brigou pela titularidade com lealdade, esperou seu momento e tenho certeza que terá capacidade para isso. Assim como eu, não é tão rápido. Mas é inteligente, tem qualidade técnica e já entendeu o que é o Corinthians. Estarei torcendo por ele. Sempre.

Por fim, qual recado deixaria para os torcedores do Corinthians?

É mais agradecimento mesmo, não tenho nem muito o que falar. Tudo que vivi ao lado deles estará sempre na minha memória. Minha filha e meu filho são corintianinhos, minha família toda é, tenho certeza que todos estarão acompanhando a equipe daqui para frente, será difícil eles desapegarem. Peço desculpas aos torcedores se falhei em algum momento, mas quero que saibam que eu sempre busquei estar em campo e quis fazer o meu melhor por essa camisa.

23 comments

Comments are closed.

Notícia Anterior

Corinthians disputa amistoso no centenário do ABC

Próxima Notícia

Esperançoso, Flamengo reserva camisa 10 para meia do Corinthians

PUBLICIDADE