Com direito a rodízio, novas lideranças surgem no reformulado Corinthians

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Mais do que grandes jogadores, o Corinthians perdeu lideranças importantes nos últimos tempos. Fábio Santos, Guerrero e Sheik, jogadores experientes e com história no clube, saíram, mas nem por isso deixaram vagos seus postos de comando. Aos poucos, novos “capitães” surgiram no grupo alvinegro, no qual até os mais jovens têm espaço para se manifestarem.

Além do trio citado acima, que deixou o Timão mês passado, outras referências morais do time perderam espaço. Ralf, capitão com Mano Menezes ano passado, foi para a reserva. Edu Dracena, um dos mais velhos do grupo, também está no banco, situação idêntica à de Danilo, multicampeão pelo Corinthians.

Enquanto isso, nomes como Gil, Renato Augusto e Cássio, antes mais discretos, passaram a ter cada vez mais voz perante os demais. Estes e outros líderes despontaram.

“Em clube grande a responsabilidade para todos é sempre grande. Mas com certeza os mais experientes e os que têm mais tempo de casa acabam assumindo um pouco mais. É algo que acontece naturalmente”, disse ao LANCE! o zagueiro Gil, jogador do time que mais usou a braçadeira de capitão no Brasileiro: duas vezes.

O surgimento de novos “cabeças” é estimulado por Tite, que promove um rodízio de capitães desde sua última passagem pelo clube. No campeonato nacional, já foram dez diferentes (veja mais na tabela abaixo).

“O Tite trabalha este tipo de situação, conversa e dá liberdade para falarmos. É algo gradativo, que vai aparecendo em alguns. Também tem alguns que já conseguem uma liderança natural, mas nosso grupo tem muitos jogadores que podem assumir esta posição”, opinou Gil.

Referências técnicas, como Jadson e Vagner Love, ambos de 31 anos, também estão exercendo maior liderança. Até mesmo o lateral Fagner, de 26, e que está há uma temporada e meia no clube, já usou a braçadeira no Brasileirão. Algo visto com naturalidade pelo goleiro Cássio, titular da meta alvinegra desde 2012:

“Pelo tempo que estou e os títulos que venci, posso ser líder. Mas há vários outros no elenco. É normal a reformulação em um time vencedor.”

SOBE E DESCE DA LIDERANÇA

Em alta

Na atual equipe considerada titular do Corinthians, muitos atletas adquiriram liderança “comendo pelas beiradas”. Cássio, Gil, Fagner e Renato Augusto são os exemplos: chegaram ao clube sem badalação (e/ou ofuscados por outras contratações), tornaram-se titulares e hoje são peças importantes tanto dentro quanto fora das quatro linhas. Elias é um caso peculiar: chegou em sua segunda passagem ao clube já com o status de ídolo. Tem identificação com a torcida. Por fim, Jadson e Love também acrescentam em termos de experiência: ambos têm 31 anos de idade, passaram pelo futebol do exterior e até pela Seleção Brasileira.

Em baixa

Entre os nomes que perderam a condição de titular ou deixaram o clube, o Timão teve algumas “baixas” em termos de liderança. As três mais notórias dizem respeito às saídas de Fábio Santos, Emerson Sheik e Paolo Guerrero, três experientes jogadores e também multicampeões pelo Alvinegro. No atual elenco do Timão, mas perdendo espaço para Bruno Henrique em termos técnicos, Ralf é outro caso: o “Cão de Guarda” no banco de reservas representa perda de liderança dentro de campo. Por fim, Edu Dracena foi capitão do Santos nos últimos quatro anos e meio e recentemente perdeu vaga no time principal para Felipe.

OS CAPITÃES A CADA RODADA DO BR-15
1ª – Cruzeiro: Danilo
2ª – Chapecoense: Gil
3ª – Fluminense: Cássio
4ª – Palmeiras: Renato Augusto
5ª – Grêmio: Edu Dracena
6ª – Joinville: Fábio Santos
7ª – Internacional: Fagner
8ª – Santos: Ralf
9ª – Figueirense: Gil
10ª – Ponte Preta: Jadson
11ª – Goiás: Elias

BATE-BOLA COM O ZAGUEIRO GIL

No aspecto da liderança, é possível substituir Fábio Santos, Emerson Sheik e Paolo Guerrero?
É difícil substituir assim rapidamente, pois os três tinham muito tempo de clube, conquistas e identificação. Mas aos poucos outros jogadores também podem conseguir esta posição. Não devemos pensar em substituição, pois cada um tem sua característica.

Você se vê como um dos líderes?
Acho que pela minha experiência em outros clubes, Seleção e tempo de casa, hoje me vejo entre os líderes. Fui adquirindo este espaço aos poucos, com confiança dos colegas e comissão técnica. Gosto sempre de conversar com todos e orientar os garotos.

Há diferença entre jogar ou não com a braçadeira de capitão?
Mais na conversa com o árbitro, pois temos mais liberdade para falar com eles. No jogo em si procuro sempre falar e orientar, independentemente da braçadeira. Tento falar com o pessoal da defesa, com o Tite… Nós, ali de trás, temos sempre uma boa visão de tudo o que acontece no campo.

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